Agricultores familiares estão finalizando plantio de milho

Agricultores familiares estão finalizando plantio de milho

 Em algumas regiões do Maranhão os agricultores familiares estão finalizando o plantio de milho que este ano prevê uma produção de 646.209 toneladas de grão, segundo os primeiros levantamentos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Parte dessa produção está sendo cultivada por 883 mil agricultores familiares que receberam 883 toneladas de sementes selecionadas de milho, adquiridas pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Pesca (Sagrima) e distribuídas pela Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (Sedagro).

Com a distribuição das sementes, o governo estadual espera contribuir com a produção maranhense de grãos em 44 mil toneladas de milho. "A estimativa é de que os 883 mil agricultores que receberam as sementes selecionadas de milho plantem uma área de aproximadamente 44 mil hectares", informou o secretário da Sagrima, Cláudio Azevedo.

A maior parte do plantio de milho no Maranhão ocorre no período de novembro a janeiro, e, em alguns casos, como na região do Baixo Parnaíba, produtores rurais que cultivam grandes áreas de soja, plantam no mês de fevereiro. Já na região Sul do Maranhão, o plantio de milho - utilizando o sistema de irrigação - é feito em meados do mês de setembro e também em fevereiro, após a colheita da soja.

No entanto, este está sendo considerado um ano atípico, pois somente nesses últimos dias começou a chover de forma mais intensa e regular em algumas localidades. Na Região Tocantina, por exemplo, choveu no mês de novembro, mas em seguida teve um período de estiagem, que terminou há cerca de 15 dias, com o início das chuvas.

O gestor da Agência de Pesquisa Agropecuária do Maranhão (Agerp) da regional de Imperatriz, José Ribamar Araújo da Silva, afirmou que muitos municípios já iniciaram o plantio, como é o caso de Ribamar Fiquene e Imperatriz. "Apesar do inverno irregular, as sementes estão com um índice acima de 90% de germinação", disse ele.

João Bezerra dos Santos, que mora no município de Alto Alegre do Pindaré, para onde o governo estadual destinou 7,1 toneladas de sementes selecionadas de arroz e milho, plantou uma área de cerca de quatro hectares de milho, arroz e mandioca. "No final de dezembro, quando começou a chover na região, eu plantei logo", disse ele.

O agricultor conta que 80% da colheita será utilizada para consumo próprio, na ração para as galinhas, patos e animais de montaria, além de quebrar o milho para alimentar os peixes. "Eu também uso esse milho para fazer o cuscuz aqui em casa", contou João Bezerra dos Santos.

Plantar e Colher

As sementes doadas pelo Governo do Estado fazem parte do Programa Plantar e Colher no Maranhão, que tem como objetivo ofertar um insumo de qualidade para agricultores que não possuem condições financeiras de adquirir as sementes selecionadas. "Ao todo são 1.883 toneladas de sementes de arroz e milho que foram destinadas a agricultores familiares, comunidades quilombolas e indígenas e assentamentos rurais. Geralmente eles utilizam o grão da safra passada e quando isso acontece a produtividade é muito baixa", explicou Cláudio Azevedo.

João Bezerra dos Santos contou que a espiga do milho plantado com a semente selecionada é bem melhor do que quando ele utiliza o grão guardado de uma safra para outra. "A espiga nasce bem mais cheia", constatou o produtor.

O gestor da Agerp de Santa Inês, José Laércio Ferreira, disse que praticamente 90% da semente de milho já foi plantada nos 12 municípios pertencentes à regional de Santa Inês. Ele afirmou, ainda, que as novas embalagens de 10 quilos que foram confeccionadas para armazenar as sementes facilitaram bastante na hora da distribuição aos produtores. "As embalagens de 50 e 60 quilos dificultavam um pouco porque tínhamos que abrir o saco e sair dividindo para cada produtor. Essa embalagem é mais prática porque é melhor para o agricultor transportar, além de ser mais resistente", contou ele.

Foram distribuídas pela Sagrima e Sedagro, 250 toneladas de milho da variedade AL bandeirantes, 200 BRS caatingueiro, 233 da BR Asa Branca e 200 da BR 106. "Adquirimos quatro tipos de variedades, indicadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Embrapa e distribuímos de acordo com a região em que elas se adaptam melhor", explicou Antônio Jorge Dino, superintendente de Políticas de Desenvolvimento Rural da Sagrima.

A distribuição das sementes está sendo finalizada pelas prefeituras municipais e sindicatos rurais que receberam as sementes nos 19 escritórios regionais da Agerp. O gestor de Codó, Feliciano Marques da Conceição, esteve esta semana no município de Coroatá para visitar algumas áreas de cultivo do milho. "Estamos acompanhando o plantio e devemos enviar um técnico agrícola para verificar como está a germinação do milho em algumas áreas do município", contou ele.

Uma das áreas que serão visitadas pela Agerp da Região dos Cocais é a do agricultor familiar Ocimar Alves Magalhães, de Coroatá. Ele plantou meio hectare de milho com as sementes doadas pelo governo estadual. "Recebi as sementes no final de dezembro e plantei nestes últimos dias, que foi quando começou a chover aqui em Coroatá", contou ele.

Agricultura Empresarial

Atualmente, no Maranhão, os cinco principais municípios produtores de milho são Alto Parnaíba, Buriticupu, Santa Luzia, Tasso Fragoso e Balsas, município que lidera esta lista, com uma previsão de colher cerca de 68 mil toneladas de milho na safra 2011/2012.

O produtor e empresário de Balsas, Idone Grolli, que já colheu 5% de uma área de 460 hectares de milho, utilizando o sistema de irrigação, afirmou que a produção maranhense deve ficar acima das 646 mil toneladas estimadas pelo IBGE. "A agricultura empresarial maranhense produz cerca de 300 mil toneladas de. Aqui na região, muitos agricultores irão colher a soja no final de fevereiro e, em seguida, iniciar o plantio do milho que será colhido nos meses de maio e junho", contou ele.

Para o vice-presidente da Associação de Produtores de Soja do Meio Norte, Wilson Ambrozi, a perspectiva em relação à comercialização do milho está melhor do que há 60 dias. "Quem plantou milho no Maranhão vai ter uma boa colheita porque na Região Sul do Brasil e na Argentina houve uma perda da produção em virtude da estiagem, o que vai acarretar numa oferta menor do grão", avaliou Wilson Ambrozi, que é produtor de soja e milho na região do Baixo Parnaíba.

Ainda de acordo com Wilson Ambrozi, a previsão é de que seja plantada na Região do Baixo Parnaíba, em meados do mês de fevereiro, uma área de 1,5 mil a dois mil hectares de milho, com expectativa de colher 12 mil toneladas do grão.

Parte da produção de milho colhida do Maranhão é exportada para os outros estados da Região Nordeste, como o Ceará, Piauí e Pernambuco. O milho comercializado no estado é utilizado para a produção de ração de aves.

SAGRIMA

Compartilhe