Brasil teve prejuízo em 2009 menor do que o previsto

Brasil teve prejuízo em 2009 menor do que o previsto

A economia brasileira teve prejuízo menor em 2009 do que o previsto anteriormente. A crise iniciada em 2008 fez o PIB (Produto Interno Bruto, a soma de todas as riquezas geradas no país) recuar 0,3% dois anos atrás. A conta anterior mostrava uma retração de 0,64% na economia.

A revisão do PIB foi divulgada nesta quinta-feira (17) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é o número definitivo do desempenho da economia naquele ano.

Em 2008, o país cresceu 5,2%; entre 2004 e 2007, a economia avançou 5,2%; em 2010, o avanço foi de 7,5% - o maior valor da década.

Em 2009, o total de riquezas geradas pelos brasileiros somou R$ 3,239 trilhões. No número per capita, isto é, a riqueza equivalente a cada habitante, foi de R$ 16.917,66, o que representa uma queda em volume de 1,3% em relação ao observado em 2008.

O PIB (Produto Interno Bruto) é um dos principais indicadores da economia de um país. Ele representa a soma das riquezas geradas pelo conjunto dos diversos setores da cadeia produtiva, desde a oferta de serviços até a produção agrícola, dos investimentos das firmas em maquinário até a movimentação financeira dos bancos.

Em 2009, os serviços cresceram 2,1%, com destaque para as atividades intermediação financeira e serviços prestados às famílias e associativas, essa última devido à manutenção das despesas de consumo final pelas famílias. O comércio teve variação de -1%, em contraste com os 6,1% de crescimento registrados em 2008.

A indústria apresentou uma queda em volume de 5,6% e perdeu participação na economia como um todo. A redução, em volume, dos investimentos em 2009 afetou principalmente o crescimento de fabricação de caminhões e ônibus, fabricação de máquinas e equipamentos e material eletrônico e equipamentos de comunicação. O valor adicionado bruto da construção civil, que havia crescido 7,9% em 2008, caiu 0,7% em 2009. A agropecuária registrou queda de 3,1%.

É a primeira queda observada ao longo da nova série ajustada, iniciada em 1995. Esse desempenho pode ser explicado, em parte, pela queda de produção e produtividade de alguns produtos da lavoura – decorrente das condições climáticas no ano de 2009 – e pelas incertezas no cenário internacional.

Em 2009, o componente da demanda com maior crescimento foi o consumo final (4,1%), passando de 79,1% do PIB em 2008 para 82,3% em 2009. Isso significa que o consumidor final movimentou R$ 82 em cada R$ 100 de todas as riquezas geradas há dois anos.

O principal responsável por esse aumento foi o consumo das famílias, que cresceu 4,4%, coerente com o aumento de 3,3% na massa salarial real e com o aumento de 19,7% nas operações de crédito do sistema financeiro. 

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