Chegamos em dezembro, mês este marcado por duas grandes festividades: o Natal e o Ano Novo. Dezembro é o mês da confraternização, do resgate dos laços afetivos e também da corrida por um emprego. Sim, por um emprego!
De acordo com o Sistema Nacional de Emprego do Maranhão (SINE), somente em São Luís há uma expectativa de serem preenchidas 3.200 novas vagas de emprego temporário para o período. Ano passado foram abertas 3.000 vagas, que resultaram em 1.100 contratações fixas em empresas de bens de consumo.
A Câmara dos Dirigentes e Lojistas de São Luís (CDL) estima um aumento de 8% nas vendas do varejo em relação a mesma data no ano passado. Isso significa que o consumidor está com mais dinheiro no bolso ou com melhor facilidade para realizar compras no cartão de crédito.
Segundo o levantamento feito pelo Instituto Fecomércio Maranhão de Pesquisa e Desenvolvimento (IFPD/MA), foi apontado que um montante de 87,7% dos consumidores da capital maranhense pretendem comprar algum produto para presentear no Natal.
Para acompanhar esse ritmo e a corrida às lojas, os representantes comerciais usam e abusam de enfeites, pisca-piscas, novas contratações e treinamentos do contingente profissional já existente. Em entrevista à equipe do Portal Sua Cidade, o gerente Rodrigo Sousa afirmou que a expectativa do mercado para o ano de 2011 é a melhor possível. “Investimos pesado na contratação de 15 novos vendedores, hoje dispomos de uma equipe com mais de 50 funcionários, todos trabalhando ativamente e mesmo assim ainda estamos sentindo a necessidade de contratar mais”, informou.
Quando o tradicional perde espaço para o que é novo
Rodrigo Sousa é funcionário de um grande ponto comercial localizado na Rua Grande - centro de São Luís. Ele observou também que o mês de novembro já superou as expectativas em relação a 2010, com aumento de cerca de 30% nas vendas e possibilidade de ser ainda maior no mês atual. Entretanto, nem tudo é um mar de rosas. Sousa salientou que apesar de toda essa corrida antecipada do consumidor às lojas, os pontos comerciais situados no centro estão perdendo espaço para os shoppings.
“Apesar de estarmos contabilizando lucros antecipados e outras superações, percebemos que o perfil do consumidor está mudando. Com a crescente onda de violência na cidade, e os shoppings centers investindo pesado em marketing, além das áreas de lazer e as ofertas promocionais das lojas ali instaladas, estamos sentindo gradativamente essa mudança na clientela, considerada tradicional neste período do ano”, comentou.
Rodrigo não é o único a notar essa mudança comportamental. A vendedora ambulante, Deuzaína Ferreira, acostumada a frenética movimentação de pessoas e no entra e sai das lojas, estranhou essa mudança brusca no maior centro comercial de São Luís. “Apesar de a Rua Grande ainda ser o grande ponto comercial da cidade, as pessoas andam com medo. Os assaltos aumentaram e a recente greve dos policiais só fez agravar ainda mais a situação. Espero agora que com o término da paralisação as coisas melhorem, pois, não são apenas os grandes estabelecimentos comerciais que faturam nessa época do ano, nós do comércio informal também.”, enfatizou ela.
Sobre esse ponto conflitante, a CDL informou que até o dia 24 de dezembro, o comércio de São Luís vai funcionar em horário especial para atender aos consumidores que quiserem realizar as compras de natal. Informa também que de segunda a sexta-feira, as lojas estarão abertas das 8:00 às 20:00 horas. Aos sábados, o funcionamento é até as 18h e aos domingos
A abertura do comércio acontecerá também aos domingos, com as lojas funcionando de 8:00 às 14:00 horas. Shoppings e supermercados também terão horário diferenciado. A expectativa da CDL é de um grande movimento de consumidores já neste final de semana, motivado pelo pagamento dos salários dos servidores públicos e da primeira parcela do décimo terceiro.
Outra reclamação dos lojistas é o fato de nenhuma decoração natalina ou de ano novo está sendo feita na região do centro, ponto este que pode também estar atraindo mais e mais compradores em potencial para os shoppings. A estudante de design de interiores, Mariana Oliveira, disse que apesar de o mês de dezembro estar só começando, é importante que toda forma de decoração seja usada como maneira de atrai o comprador.
“Não importa se as ofertas das lojas localizadas no centro sejam melhores que as dos shoppings, as pessoas são guiadas pelo que é colorido e chamativo, se não houver um projeto de urbanização que transforme o tradicional em algo novo, atrelado à segurança lazer e bem-estar, mais e mais serão aqueles que vão optar por pagar mais caro para comprar em um estabelecimento como um shopping do que se aventurar na Rua Grande como está sendo hoje em dia”, opinou.
Da Redação SuaCidade.com
