Conheça a trajetória do maior campeão da história do carnaval carioca, Joãosinho Trinta

Conheça a trajetória do maior campeão da história do carnaval carioca, Joãosinho Trinta

 Natural de São Luís do Maranhão, João Clemente Jorge Trinta, o Joãosinho Trinta, nasceu no dia 23 de novembro de 1933 e recebeu o apelido no diminutivo não apenas por causa da sua baixa estatura, mas pelo fato de ser cativante e sempre muito bem humorado. Joãosinho começou a carreira de carnavalesco no Salgueiro, na década de 1960, onde assumiu o cargo de assistente de Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues, que na época eram conhecidos como grandes personalidades do Carnaval Carioca

Cercado de grandes nomes da maior festa do folclore brasileiro, o carnaval, Trinta fez sua lição de casa conquistando espaço e reconhecimento no início dos anos 70, quando foi condecorado como carnavalesco oficial da Salgueiro.

Como tinha alma boêmia, logo na sua primeira assinatura levou para a avenida o enredo "Eneida: amor e fantasia", que por sua vez contou com o apoio da artista plástica Maria Augusta. O tema lhe rendeu o terceiro lugar na disputa pela categoria “samba enredo”. No ano de 1974, Joãosinho, com o enredo "O Rei de França na Ilha da Assombração", mais uma vez desbancou a todos fazendo a Salgueiro ser campeã da competição. No ano seguinte o episódio viria a se repetir com o tema "O Segredo das minas do Rei Salomão".

Dos quase 40 anos em que esteve envolvido com o Carnaval, o maranhense alcançou a impressionante marca de sete títulos em 10 carnavais, entre 1974 e 1983. Na Beija-Flor, ele foi o primeiro a trazer mulheres com os seios descobertos para a passarela do samba e, em 1978, o nu integral. Ele gostava do luxo e requinte.

Além do glamour, ele também tinha como característica os enredos polêmicos, como o do carnaval de 1989, marcado pelo tema "Ratos e urubus larguem a minha fantasia", também na Beija-Flor. Na Avenida, o carnavalesco exibiu a riqueza e do lixo tirou o luxo, surpreendendo o público com uma réplica do Cristo Redentor como mendigo e colocando passistas fantasiados também de mendigos. Na época uma ação judicial da Igreja Católica fez com que a Justiça impedisse que a escultura desfilasse. Ao perceber que isso lhe renderia bem mais visibilidade do que ter a réplica do cartão postal do Rio de Janeiro a mostra, ele cobriu a estátua de Cristo com plástico preto e colocou um cartaz escrito: "Mesmo proibido, olhai por nós".

De 1994 a 2000, Joãosinho ficou à frente do Carnaval da Unidos da Viradouro, escola de Niterói. Lá conquistou o título em 1997 com o enredo "Trevas! Luz! A explosão do Universo". Seus sete títulos na Beija-Flor, somado a esta vitória na Viradouro, fizeram de Joãosinho Trinta o maior campeão da história do carnaval carioca.

A hora do “adeus”

Joãosinho morreu na manhã deste último sábado (18), no hospital UDI, aos 78 anos de idade. Ele estava internado desde o dia 3 de dezembro devido a uma insuficiência respiratória. Segundo boletim divulgado pelo hospital, a causa da morte foi choque séptico secundário a pneumonia e infecção urinária. O carnavelesco já havia sido internado este ano. No mês de maio ele apresentou um quadro de insuficiência cardíaca.

Antes de ser atingido pelos problemas de saúde, Joãosinho Trinta estava trabalhando em diversos projetos para a comemoração dos 400 ano de São Luís.

Seu corpo será enterrado nesta segunda-feira (19) no Cemitério do Gavião, às 10:30.

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