Consciência ambiental em foco

Consciência ambiental em foco

Pode ser a céu aberto, em galerias, nas ruas ou sob os nossos pés. O problema com esgoto em São Luís, e no Maranhão, é uma realidade preocupante. Lixo sem nenhum tipo saneamento é despejado em terrenos baldios, muitas das vezes pelos próprios moradores, mostrando a evidente falta de consciência ambiental.

É o caso do Rio Jeniparana, na Cidade Olímpica, que atualmente não passa de uma galeria de esgoto. Lá são despejados dejetos e lixo, sem qualquer tipo de cuidado especializado e quem reside nas proximidades é obrigado a conviver com a sujeira e o mau cheiro. O rio tem nascente na Cidade Operária, passando pela Cidade Olímpica, Jardim América e Santa Efigênia, desaguando no Rio São João no município de São José de Ribamar.

Além do lixo, construções em ocupações consideradas irregulares, também ajudam na destruição do que possa ter restado do rio.

De acordo com o coordenador da Escola Comunitária Nossa Senhora da Conceição, Manoel Araújo, hoje o Rio Jeniparana é um rio morto. “O que podemos observar é que o Jeniparana é usado apenas como esgoto ao céu aberto pelos bairros da Cidade Operária e parte do Jardim América”, observa com preocupação o coordenador.

Ele lamenta que futuramente, caso não seja feito um resgate desses recursos hídricos em São Luís, estarão todos poluídos ou escassos. Por esse motivo alunos da escolinha em que Manoel é coordenador recebem educação ambiental para formar uma a consciência pela preservação da natureza. “É por esse motivo trouxemos crianças até aqui, para mostrar a elas que destruir é fácil, mas preservar é difícil”, conclui.

No Brasil, 22% da água doce são destinadas ao uso doméstico. Com o passar dos anos esse bem esta se tornando mais escasso. Resultado da poluição ambiental e degradação dos recursos hídricos.

No Maranhão a organização não governamental, H2Ong, trabalha na busca de alternativas para tentar solucionar a contaminação das águas. A ausência do tratamento de esgoto é hoje um dos principais motivos que torna a água inadequada para o consumo.

“A H2Ong trabalha seguindo todas as linhas no que diz respeito à preservação de águas. Um dos grandes focos de combate que temos é essa falta de esgotamento e saneamento em São Luís, e dentro do estado do Maranhão como um todo. Portanto, buscamos de todas as formas, dentro das nossas limitações, conscientizar o cidadão para que cobre do poder público e de si mesmo o tratamento dos esgotos”, enfatiza Milton Dias, presidente da H2Ong.

Para tornar a água um bem preservado são necessárias pequenas atitudes, mudanças feitas nos hábitos de cada um. “Uma forma simples e teoricamente barata é tratar o esgoto, além de tratar os dejetos sanitários, porque a água é o bem maior da vida”, observa. Para Milton, com o tratamento dos esgotos será possível a todos ter melhor qualidade de vida, água encanada, sem falar na queda dos índices de doenças transmitidas por contaminação.

Reportagem: Lisiane Martins
Imagens: Paulo Henrique
Adaptação: Marcos Atahualpa Cartágenes

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