Dislexia afeta 17% dos brasileiros

Dislexia afeta 17% dos brasileiros

Leonardo Da Vinci, um dos maiores pintores do mundo e autor de Monalisa, escrevia seus manuscritos de trás para frente. O físico Albert Einstein, principal nome da Ciência do século 20, tinha raciocínio lento e baixo rendimento escolar, sendo alfabetizado apenas aos nove anos de idade. A famosa escritora policial, Agatha Christie, usava um gravador para compor seus livros, já que tinha dificuldade em redigi-los. Gênios incontestáveis, o que eles têm em comum? A dislexia, distúrbio que afeta quase 17% da população segundo dados da Associação Brasileira de Dislexia.

 O emaranhado de termos contidos em um texto podem significar um tormento para o disléxico, porque para ele é difícil estabelecer uma ligação entre uma letra e o som que essa palavra representa. Isso ocorre porque existem falhas nas conexões cerebrais que prejudicam o funcionamento do cérebro para o processo linguístico. O transtorno não tem cura e tampouco é uma doença, e sim um distúrbio neurológico.

As maiores dificuldades do disléxico acontecem ainda na infância, período em que ocorrem os primeiros contatos com a leitura e escrita. A criança, a partir dos quatro anos, pode encontrar problemas ao desenvolver simples exercícios como decorar músicas, pintar, desenhar e diferenciar o lado direito do esquerdo. Como consequência, o rendimento escolar do aluno pode ser baixo e o raciocínio mais lento, fazendo com que alguns professores, reprovem a criança sem ao menos desconfiar que ela seja portadora do distúrbio.

É importante comentar que o jovem só pode ser detectado com o distúrbio após o processo de alfabetização, em média, aos sete anos de idade. Trata-se de um procedimento individual, do qual cada criança tem seu próprio tempo para o aprendizado”, alerta.

Diagnóstico e Tratamento

Reconhecidos os primeiros sinais, a criança é submetida a uma análise com uma equipe multidisciplinar, composta por psicólogos, neuropediatras, fonoaudiólogos, dentre outros, por meio do processo de exclusão. Cada especialista realiza exames específicos de sua área, como processamento visual e auditivo. Após os resultados, o tratamento precisa começar imediatamente, com o objetivo de reduzir ao máximo os efeitos da dislexia ao longo da vida. Quanto mais cedo se inicia o acompanhamento profissional, maiores são as chances de reverter grande parte do problema.

O acompanhamento realizado por um fonoaudiólogo é o principal caminho para driblar as falhas da escrita. Os principais exercícios recomendados são o método fônico, relação direta da letra com o som, e a multissensorial, estimulando a audição, tato, olfato e visão.

A médica indica ainda consultas regulares com um psicopedagogo. O mundo do disléxico difere dos demais em palavras e sons, o que não significa que seu intelecto seja baixo. Desenvolver diferentes métodos de aprendizagem é uma opção aos portadores, lembrando que ele vai aprender de uma maneira diferente, mas o conceito é o mesmo. Portanto, reunir as palavras de modo coerente é apenas o início para que um texto faça todo o sentido.

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