Endometriose atinge 15% das mulheres do século XXI

Endometriose atinge 15% das mulheres do século XXI

Ser uma profissional bem sucedida, alcançar a autonomia financeira, estar sempre bela e preparada para as reuniões de negócios e encontros de networking são os objetivos de muitas mulheres que, hoje, buscam nas realizações profissionais e financeiras, sobretudo, a felicidade pessoal. Entretanto, o estresse que permeia esses desejos quase intrínsecos deste perfil feminino pode desvendar um grande mal: a endometriose, doença que acomete mais de seis milhões de brasileiras, até 15% destas em idade reprodutiva.

A endometriose é uma doença que faz crescer o endométrio, tecido que reveste o interior do útero, fora da cavidade uterina. As causas mais comuns da doença são a menstruação atrasada, quando a mulher menstrua e o sangue reflui pelas trompas, implantando-se na cavidade abdominal, ou ainda o sistema imunológico que pode ser permissível ao desenvolvimento dos sintomas.

Todavia, essas causas mais comuns encontram respostas nos aspectos sociais e ambientais. O elevado nível de estresse e o adiamento da maternidade estão entre os principais fatores. O cotidiano debilita o sistema imunológico que acaba levando ao surgimento da endometriose. Ao mesmo tempo as metas profissionais, principalmente, a serem alcançadas por essas mulheres, as distanciam da maternidade, apresentando gestações cada vez mais tardias.

A mulher hoje menstrua mais ao longo da vida, diferente daquelas de outrora, que tinham mais filhos e, portanto, passavam mais períodos da vida sem o ciclo menstrual. Nesse aspecto o período gestacional pode ter efeito protetor sobre a doença, já que a mulher para de menstruar por nove meses.

Em média, o diagnóstico é feito a partir dos 30 anos de idade, percebido por sintomas como cólica severa frequente e às vezes incapacitante, ao ponto de a dor intensa requerer repouso e impedir a mulher de exercer atividades normais; dor durante a relação sexual; e sintomas intestinais e urinários durante a menstruação. No entanto, é a dificuldade em engravidar que apresenta-se como a grande vilã da endometriose, que pode levar à infertilidade, visto que as trompas são atacadas, dificultando a condução do óvulo ao útero.

Embora a enfermidade não apresente cura, já há vários tratamentos avançados que permitem controlá-la. Nos casos mais sérios, a laparoscopia, procedimento cirúrgico, é o mais recomendado. Contudo, são as atitudes cotidianas da mulher que muitas vezes precisam ser revistas. Especialistas já procuram compreender o estilo de vida desse grupo para obter resultados mais efetivos nos tratamentos.

Dedicar mais tempo a si mesma, priorizando sua saúde e bem estar pode ser um poderoso aliado. Além disso, as questões emocionais devem ser tratadas e dosadas de modo a beneficiar um estilo de vida mais qualitativo. A prática de atividades físicas também pode ajudar. E quanto à maternidade, essas mulheres precisam rever seus conceitos e repensar seus planos, caso queiram, realmente, se tornarem mães. Antecipar a gravidez ante a carreira profissional pode não trazer os inconvenientes esperados, pelo contrário, tende apenas a afastar os males acarretados pela doença característica da mulher contemporânea. 

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