Estados pedem alongamento do prazo para pagar dívida com União

Estados pedem alongamento do prazo para pagar dívida com União

Secretários estaduais da Fazenda, em documento assinado pelo coordenador do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), Cláudio Trinchão (MA), declararam apoio ao Projeto de Lei Complementar nº86/2012, do Senador Francisco Dorneles, recém-elaborado, que autoriza a União a fazer uma nova renegociação da Dívida dos Estados

De acordo com Trinchão, as sugestões feitas pelos secretários no documento são o alongamento do prazo para pagamento do resíduo do estoque da dívida remanescente de 10 para 20 anos e a redução do comprometimento da receita de 15% para 9%, o que permitiria aos estados destinar mais recursos para investimentos e outras políticas públicas.

O projeto, apoiado pelos Estados, contraria a proposta de trocar o indexador das dívidas dos Estados (IGP-DI) pela taxa básica de juros (Selic), anunciada na semana passada pela ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais), após acordo com lideranças do Senado para aprovar outro projeto de Lei que prevê o fim da chamada guerra fiscal, com a unificação da alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS) em operações interestaduais com produtos importados

Para os estados, a Selic é um instrumento de política monetária não adequado à indexação da dívida, pois é fixado pelo próprio credor, por meio do Banco Central.

O projeto altera a Lei de Responsabilidade Fiscal – LC 101 e autoriza a União a fazer uma nova renegociação dos débitos estaduais, recalculando retroativamente o valor das dívidas desde a assinatura dos contratos. O novo cálculo usaria o IPCA, cuja variação no período é bem inferior à do IGP-DI. A partir daí, haveria apenas juros fixos de 3% ao ano sobre os saldos devedores, sem uso de índice para correção monetária.

O senador defende que não se deve mais utilizar um índice para corrigir monetariamente as dívidas. “Precisamos acabar com a indexação da economia”. No documento do Coordenador do CONFAZ, os secretários sugeriram o alongamento do prazo. Os contratos atuais prevêem o pagamento em 30 anos. Governadores pedem ampliação do prazo em dez anos e a redução do comprometimento da receita líquida real para o pagamento da dívida. 

Compartilhe