Grécia precisa de ajuda extra para cumprir metas da dívida

Grécia precisa de ajuda extra para cumprir metas da dívida

A Grécia precisará de uma ajuda adicional para reduzir a sua dívida para 120% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020, e se não levar a cabo reformas estruturais e outras medidas, a sua dívida pode chegar a 160% de acordo com um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia.

Esse cenário foi a base de uma análise confidencial detalhada que preencheu 9 páginas de um documento preparado pelos ministros das Finanças da zona do euro.

"Os resultados apontam uma necessidade de alívio adicional da dívida do setor privado ou do estatal para modificar a trajetória da dívida", disse o relatório datado de 15 de fevereiro. O relatório está servindo de base para as discussões dos ministros da zona do euro sobre as condições sob as quais a Grécia poderá obter nova ajuda financeira do FMI e da zona do euro.

"Há uma tensão fundamental entre os objetivos do programa de reduzir a dívida e melhorar a competitividade, no sentido de que a desvalorização interna necessária para restaurar a competitividade da Grécia inevitavelmente levará a uma dívida maior em relação ao PIB no curto prazo", afirmou o documento.

Ainda segundo o relatório, neste contexto, um cenário que preocupa em particular envolve a desvalorização interna por meio de uma recessão mais profunda (devido aos constantes atrasos nas reformas estruturais e na implementação da política fiscal e da privatização), resultaria uma trajetória de dívida muito mais alta, deixando a dívida chegar a até 160%. Dados os riscos, o programa grego pode continuar sujeito a acidentes, com dúvidas sobre sustentabilidade pairando sobre ele.

Cerca de 1,5 ponto percentual poderia ser obtido ao se reduzir as taxas de juros sobre empréstimos bilaterais na zona do euro estendidos a Atenas durante o primeiro pacote de resgate financeiro e 3,5 pontos percentuais poderiam ser poupados com a reestruturação dos portfólios de títulos gregos em poder de bancos centrais da zona do euro.

Contudo, a maior contribuição para a redução da dívida poderia vir se o Banco Central Europeu abrisse mão do lucro sobre os títulos gregos que comprou sob o programa de aquisição de dívida iniciado em 2010, já que reduziria a dívida em 5,5 pontos percentuais. 

 

Com informações da Reuters Brasil

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