Ministro nega recebimento de propina e afirma ser inocente

Ministro nega recebimento de propina e afirma ser inocente

O ministro do Esporte, Orlando Silva, defendeu-se nesta segunda-feira (17) da acusação de que teria recebido, pessoalmente, dinheiro desviado de recursos de convênios mantidos pela pasta com ONGs (organizações não governamentais). Em entrevista concedida na tarde desta segunda-feira (17), ele reiterou que não houve desvio de verbas no programa Segundo Tempo, alvo de denúncias de irregularidades, e disse que é vítima de calúnia. Silva criticou o policial militar João Dias Ferreira, de quem partiram as acusações.

“Irei até as últimas consequências para que a verdade seja estabelecida. Alguém que é réu de uma investigação, já foi preso e é alvo de vários inquéritos não pode se converter em fonte de verdade”, afirmou.

Em reportagem publicada neste fim de semana pela revista Veja, Ferreira disse que Silva recebeu dinheiro na garagem do ministério e comandou um esquema de desvio de verbas do Segundo Tempo, programa que incentiva crianças carentes a praticarem esportes.

O autor das denúncias foi preso no ano passado por suposta participação no mesmo esquema que envolveria o Segundo Tempo. Na entrevista desta segunda-feira, Silva afirmou que todas as providências já foram tomadas para esclarecer a situação. O ministro protocolou um pedido na Polícia Federal para que se abra um inquérito e se apure formalmente as informações da reportagem.

Além disso, propôs ao Ministério Público que também investigue as denúncias e protocolou na Comissão de Ética Pública da Presidência da República um pedido de audiência.

“Não houve, não há e não haverá prova das mentiras faladas por esse criminoso, simplesmente porque os fatos relatados não correspondem à verdade”, disse enquanto se defendia. Silva também deve ir nesta terça-feira (18) à Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre o caso.

ONGs

O político recordou que, como medida para coibir a corrupção, o Ministério do Esporte já vem priorizando a escolha de entidades públicas, em vez de ONGs privadas, para estabelecer convênios.

“Em julho de 2011, abrimos seleção pública para parceiros. Fizemos uma chamada pública, e esse será o critério para seleção de parceiros. Não faremos mais convênios com entidades privadas. Ao todo, 636 projetos foram classificados e vamos conveniar com 180 parceiros, todos convênios com entes públicos”, justificou o ministro.

Hoje, o ministério mantém convênios com 27 entidades privadas. No primeiro semestre de 2012, 11 parcerias vão expirar e não serão renovadas, de acordo com Silva.

A decisão, segundo ele, faz parte de uma série de medidas tomadas também para aperfeiçoar o programa Segundo Tempo. Uma delas é aumentar o número de parcerias com o Ministério da Educação, por meio do programa Mais Educação, que oferta atendimento e materiais esportivos diretamente nas escolas.

Copa

O ministro assegurou que vai permanecer no cargo e disse que as novas denúncias não vão comprometer os preparativos para a Copa do Mundo de 2014.

“Minha posição junto à Fifa não é uma posição do ministro, mas do ministério e de todo um governo. Sou militante de um partido, represento um partido no governo. A posição desse partido é de apoio total e irrestrito a mim. Da mesma forma, o comando do país me deu apoio e recomendação para que sigamos o trabalho”, concluiu.

 

Do Portal R7 

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