A morte de mais um integrante do movimento quilombola deixou os demais companheiros revoltados. Valdenilson Borges (24) foi assassinado a facadas no quilombo de Rosário, em Serrano do Maranhão. O autor do homicídio está foragido, mas já se sabe que é ligado a um dos invasores de território no município. A notícia agravou o clima na sede do Incra.
Para o líder dos manifestantes quilombolas, Jodeildo Borges, a dignidade é a que mais fica abalada. “A nossa dignidade diminui muito, porque enquanto seres humanos o nosso sentimento precisa ser respeitado e não é isso que está acontecendo, principalmente por parte das autoridades. Aqui no Maranhão nós somos tratados iguais a animais, aqui não temos quem nos represente. Mas, nós somos trabalhadores pais de família”, disse Jodeildo.
Os manifestantes se reúnem esta terça-feira (04) com representantes do governo federal, a fim de definir os detalhes da reunião com o ministro do desenvolvimento agrário, e também com o presidente nacional do Incra, a ser realizada no fim deste mês com duração de dois dias.
Enquanto isso, os quilombolas temem que mais sangue seja derramado e mais vidas sejam tiradas.
“Nós somos mais de 150 ameaçados, e todos os órgãos que poderiam nos representar estão cientes, mas infelizmente ao que parece eles só tomarão as devidas providências quando morrerem três ou quatro de nós. Somente este ano já foram mortos 8 companheiros da gente”, finalizou.
Reportagem: Edilson Gomes
Imagens: João Carvalho Jr.
Adaptação: Marcos Atahualpa Cartágenes
