Polícia Militar do Ceará faz acordo e encerra greve; Polícia Civil inicia paralisação

Polícia Militar do Ceará faz acordo e encerra greve; Polícia Civil inicia paralisação

Após seis dias de paralisação, os policiais militares e bombeiros do Ceará entraram em acordo com o governo do estado para voltar às atividades. As negociações finais começaram nesta terça-feira (3) à noite e foram concluídas na madrugada de hoje.

Na noite passada, a população viveu momentos de tensão. A insegurança levou lojas, escolas, bancos, supermercados e até a prefeitura e o Tribunal de Justiçado Ceará a fecharem as portas no meio do expediente. A situação fez com que muitos turistas deixassem de ir às praias com medo de arrastões.

A Polícia Civil do estado, no entanto, decidiu, na noite de ontem, entrar em greve. A categoria quer receber pelo menos 60% do valor pago aos delegados, que recebem R$ 8 mil na fase inicial da carreira. Atualmente, o salário de um policial civil é cerca de R$ 2 mil. Eles também pedem a retirada de presos das delegacias e o aumento do efetivo policial.

Medo nas ruas

A greve de policiais militares no Ceará havia feito com que comerciantes fechassem as portas, nesta terça-feira (3), com medo de que os estabelecimentos fossem saqueados por criminosos.

Na avenida Antônio Sales, assaltantes invadiram uma padaria. Com medo, o gerente de um supermercado que fica na mesma via decidiu encerrar o expediente mais cedo. Repartições públicas e escolas também não funcionaram.

Nos hotéis, turistas estão sendo orientados a permanecer apenas nas proximidades, além de não carregar documentos importantes e grande quantidade de dinheiro. De acordo com o presidente do Sindicato dos Taxistas do Ceará, Vicente de Paulo Oliveira, cinco táxis foram roubados no centro da cidade.

Polícia Civil

Ainda na noite de terça, os policiais civis, que também lutam por reajuste salarial, decidiram voltar à greve, desta vez com adesão de 100%. O sindicato da categoria (Sinpoci) alegou que a Polícia Militar conseguiu promessa de aumento, enquanto a categoria, em cinco meses, em 2011, fez a paralisação conforme a lei e não conseguiu êxito.

Em 14 de dezembro de 2011, a mesma desembargadora já havia reconhecido a ilegalidade de uma greve dos policiais civis após o Estado impetrar pedido de liminar. Na ocasião, a magistrada ressaltou que o direito de greve não era absoluto, principalmente no que dizia respeito à prestação de serviço público e, em especial, à segurança pública. Ainda segundo a desembargadora, embora reconhecendo justas as pretensões da categoria em discutir condições de trabalho e remuneração, teria que ser ponderado o interesse público e a necessidade de se dar continuidade ao serviço essencial.

O Sinpoci informou que líderes do movimento estão percorrendo diversas delegacias para convocar inspetores e escrivães a aderirem à paralisação. Eles pretendiam dirigir-se para o prédio da Superintendência da Polícia Civil, onde ocorria uma concentração de grevistas. Apenas os delegados devem permanecer nas delegacias. A paralisação da Polícia Civil é a terceira registrada em menos de um ano. O sindicato da categoria já havia promovido greves em julho e em outubro de 2011.

Na primeira paralisação, os grevistas haviam suspendido a greve após um mês. Já a greve de outubro só terminou em dezembro, após a Justiça considerar o movimento ilegal e determinar que os grevistas suspendessem a paralisação. Ainda assim, desde dezembro apenas 30% do efetivo da Polícia Civil, o mínimo exigido pela Justiça, estava trabalhando. Segundo o sindicato, a categoria quer a redução da carga horária de oito para seis horas diárias, reajuste salarial e o pagamento de um subsídio equivalente a cerca de 60% do valor pago aos delegados de polícia do Estado.

 

Com informações da Agência Brasil

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