SESC homenageia São Luís com traços vibrantes do graffiti

SESC homenageia São Luís com traços vibrantes do graffiti

A arte contemporânea imprime novos significados à teoria visual, experimentando técnicas, instrumentos e linguagens com o objetivo de dar um novo olhar para a produção cultural. Representante da pop arte, o graffiti tornou-se uma manifestação artística legítima por volta da década de 80 e atualmente é um conhecido símbolo da arte urbana. Reverenciando os 400 anos de São Luís, o graffiti ganha um novo olhar nas paredes da Galeria do SESC, retratado na exposição “ 4Cem Traços e Cores de São Luís”, dos artistas Edi Bruzaca, Gil Peniel e OVNI. A abertura da mostra acontece nesta sexta, dia 11, e fica aberta à visitação pública até 30 de maio, das 8h30 às 17h30.

É a primeira vez que a Galeria do SESC é o próprio suporte para a criação da arte. Em uma semana, as suas paredes transformaram-se nos muros de São Luís, imprimindo a visão dos três artistas sobre os 400 anos de histórias, lutas e beleza da nossa capital. Os traços característicos da pop arte, com cores vibrantes, materiais alternativos e muita criativade para transmitir ideias, trazem uma nova percepção da arte para o espaço. Em exposições anteriores, o graffiti já fez parte do seu hall de manisfestações artísticas, mas utilizando apenas a tela como suporte.

Com a legalização e reconhecimento do graffiti como arte, os artistas têm recebido incentivos do governo e autorização para restaurarem o acervo arquitetônico. Além da homenagem ao aniverário de São Luís, a exposição “ 4Cem Traços e Cores de São Luís” busca sensibilizar os visitantes para a intervenção dessa linguagem no retrato da cidade, evidenciando suas singulares características e riqueza de elementos.

Segundo Paula Barros, técnica responsável pela Galeria de Arte do SESC, a relevância da arte contemporânea está no diálogo entre apreciador, cotidiano e trabalho artístico que estabelece uma relação necessária para o próprio processo de criação artística. “A sua linguagem se constrói progressivamente com a vida diária, estabelecendo relações, proporcionando instabilidades, questionando padrões, exercitando olhares e percepções sensoriais, construindo conceitos e discursos, integrando conhecimentos, elaborando produções e palavras, possibilitando interpretações diferenciadas e participação ativa de todos”, explica.

 Graffiti – Inscrição urbana

O graffiti cria e recria a paisagem urbana, provoca nosso olhar estático para a cidade, para as mais diversas leituras da sociedade contemporânea. Antes de virar uma expressão artística, foi principalmente uma expressão política. Mas, a partir da virada dos anos 60 para os 70, o graffiti contemporâneo tornou-se a voz de jovens da cidade que reivindicavam melhores condições de vida,

Rompendo os limites entre a cultura erudita e popular, levou para as ruas e muros as suas criações, ampliando o sentido e significado da arte.

No começo dos anos 80, os trabalhos dos grafiteiros invadiram as galerias de arte e ganharam exposições. Apesar de atualmente está configurada como uma manifestação artística, o graffiti ainda se mantém como uma arte de rua e transgressora.

Rui Amaral, que é um dos pioneiros do movimento do graffiti brasileiro e tem um dos maiores murais na cidade de São Paulo, afirma que o conceito do grafite esbarra na reflexão diária, no diálogo de culturas, gerações e na poesia contemporânea, desafiando o concreto e o abstrato.

Ascom Sesc
 

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