O Disney+ voltou a apresentar crescimento franco no segundo trimestre de 2021, chegando à marca de 116 milhões de assinantes em todo o mundo. Com o total, a plataforma de streaming bateu as expectativas de analistas e confirmou a previsão de que dobraria o total de usuários em um ano, enquanto o faturamento e os valores das ações da empresa também tiveram movimento positivo por conta disso.
De acordo com os números divulgados nesta quinta-feira (12) pela Disney, referentes ao terceiro trimestre do atual ano fiscal da companhia, o aumento no número de assinantes é de 12%, acima dos 114,5 milhões registrados até março de 2021. No total, são 174 milhões de pessoas usando os serviços de streaming da empresa, quando se leva em conta a soma do Disney+, ESPN+ e Hulu.
Por outro lado, a companhia continua vendo uma queda no gasto médio por usuário, que também representa um resultado esperado. A baixa de 10%, com valor aproximado de US$ 4,16, volta a ser um reflexo dos valores mais baixos da assinatura em países como Indonésia e Índia, além de ofertas combinadas com outras plataformas como a Hotstar. A ideia é que tais pacotes ampliam o número de pagantes e também a atratividade dos serviços, ainda que o valor efetivamente entregue por eles seja um pouco menor.
Os números de abril a junho de 2021 também marcam um período de mudanças para a empresa. Os dados mostram certa recuperação após um primeiro trimestre mais fraco, com a reabertura dos estabelecimentos e a volta do trabalho presencial em muitos dos países-chave para a plataforma — o movimento também é associado a grandes lançamentos, como o longa-metragem Cruella e a série Loki.
O reflexo mais direto disso tudo é o encerramento do Premier Access, pelo qual assinantes do Disney+ tinham que pagar uma taxa adicional, além da assinatura, para assistir aos filmes que, originalmente, passariam nos cinemas. Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis, da Marcel, será o primeiro longa a sair com um novo formato, estreando nas telonas do Brasil em 2 de setembro e chegando ao serviço de streaming 45 dias depois, sem cobrar valores adicionais.
Em meio a tantas mudanças de percurso e movimentos sociais, a Disney ainda manteve suas expectativas. De acordo com a empresa, a previsão ainda é de chegar a 2024 com um total de 230 milhões a 260 milhões de assinantes no serviço de streaming, com o investimento em produções originais, lançamentos rápidos de blockbusters do cinema e ofertas combinadas, assim como a chegada a novos países, sendo motores destes resultados.
Fora das telas
Enquanto o retorno das atividades presenciais abalou os resultados do Disney+ no trimestre anterior, o mesmo não pode ser dito da empresa como um todo no mais recente período. Entre abril e junho, a companhia reportou um faturamento total de US$ 17,02 bilhões, com a reabertura dos parques levando a um crescimento positivo acelerado e servindo para firmar expectativas ainda melhores para os próximos períodos.
Só para se ter uma ideia do tamanho da mudança, o segmento de parques, experiências e produtos da Disney viu um aumento de 308% no segundo trimestre de 2021. A venda de merchandising foi a principal responsável por esse movimento, enquanto as atrações, em si, apresentaram um ligeiro prejuízo de US$ 210 milhões, um resultado esperado por conta do tempo que permaneceram fechados. Os registros são de perdas ao longo do último ano, enquanto a expectativa é de reversão já nesta terceiro trimestre.
As notícias fizeram bem ao mercado e às ações da Disney, que chegaram a ter alta de 5% antes da abertura do pregão desta sexta-feira (13). Os dividendos de US$ 0,80 por cota, acima dos US$ 0,55 esperados pelo mercado, continuam a alavancar resultado positivo, com os papéis sendo negociados com valorização de 4% no momento em que esta reportagem é escrita.
Fonte: Canaltech; CNBC.