Reconhecido como modalidade olímpica pela primeira vez e já com três medalhas conquistadas para o Brasil, em Tóquio 2020, o skate ganhou destaque e popularidade no país, principalmente entre crianças e adolescentes. De acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), vinculado ao Ministério da Saúde, os skatistas iniciantes, no entanto, devem redobrar os cuidados ao praticar o esporte.
Segundo o ortopedista do INTO Gustavo Asmar, é na fase inicial que acontece grande parte das quedas, que podem provocar fraturas e outras lesões. O médico explica que, para evitar o risco de trauma, é fundamental utilizar os equipamentos de segurança, entre eles a munhequeira, joelheira, cotoveleira e, principalmente, o capacete.
“Quando falamos em proteção na prática do skate, o capacete é um item indispensável. O trauma na cabeça corresponde de 3 a 10% dos traumas, por isso o equipamento é muito importante. Nos Jogos Olímpicos, por exemplo, os menores de 18 anos tinham a obrigatoriedade de usar o capacete", alerta Asmar.
Entre as lesões mais frequentes, estão as do membro superior, que incluem o punho, o cotovelo e o ombro. Segundo o especialista, esse tipo de lesão corresponde a, aproximadamente, 50% das fraturas no esporte. “Na maioria das vezes, o atleta tende a se proteger da queda, apoiando as mãos ou os braços no chão, sendo as fraturas de punho e cotovelo bastante frequentes”, ressalta o ortopedista.
O especialista alerta ainda sobre a importância da avaliação médica após qualquer suspeita de fratura ou trauma, para evitar sequelas futuras na região do acidente. Apesar de o risco de complicações entre os mais jovens ser menor - já que o tempo de consolidação óssea de uma criança após a fratura é muito rápido; o diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento.
“Seja de maneira cirúrgica ou conservadora, a fratura tem cura desde que tratada inicialmente por especialistas. Por isso, é fundamental o atendimento médico logo após a ocorrência do acidente”, explica Asmar.
Outro fator importante apontado pelo ortopedista na hora de praticar o skate, é atenção à alimentação e hidratação do corpo antes de dar início ao esporte. Ele destaca que uma criança, quando se exercita sem a ingestão calórica e hídrica necessárias, tem seu reflexo e sua concentração diminuídos, tornando-a mais suscetível a quedas.
Além das dicas e orientações para a prática segura do esporte, o médico também ressalta os benefícios que o skate pode trazer para a saúde das crianças e adolescentes. Aliado no combate ao sedentarismo e no controle do ganho de peso, o skate pode ser ainda uma ferramenta importante no desenvolvimento dos pequenos. “A prática melhora a propriocepção, ou seja, o equilíbrio da criança. Uma criança bem treinada no skate vai ter um risco menor de entorses ao andar, além de aprimorar sua coordenação motora”, complementa o especialista.