Em São Luís, pesquisador português debate o futuro dos Direitos Humanos

Em São Luís, pesquisador português debate o futuro dos Direitos Humanos
Foto: Nael Reis.

Qual o futuro dos Direitos Humanos nas próximas décadas? Responder a essa pergunta foi um dos motes da palestra do professor e intelectual português, Boaventura de Sousa Santos, convidado da 15ª edição do Diálogos Insurgentes, realizado no início da noite desta segunda-feira (18), no auditório do Hotel Blue Tree Towers, em São Luís.

Com o tema “O Futuro dos Direitos Humanos: repensando a universalidade dos direitos”, a palestra de Boaventura de Sousa Santos propôs debate sobre uma nova Declaração dos Direitos Humanos, documento que possa vigorar pelos próximos 70 anos.

A edição do Diálogos Insurgentes com o professor Boaventura atraiu público recorde, com cerca de 1000 inscritos, entre universitários, estudantes da educação básica, representantes da sociedade civil e do poder público.

O catedrático elogiou o posicionamento do Governo do Maranhão em abrir espaço para este tipo de discussão, e parabenizou o governador Flávio Dino, que segundo ele, é uma “voz consistente em defesa da democracia”.

“Eu tenho uma grande admiração pelo governador Flávio Dino. Ele tem sido uma voz forte e coerente em defesa da Constituição brasileira e na luta pelo amplo debate na democracia”, afirmou.

Novos direitos

Com obras traduzidas em espanhol, inglês, italiano, alemão e chinês, Boaventura ressaltou a necessidade de “novos direitos” em decorrência da complexidade do atual contexto histórico e político em que vivemos, cenário que destoa da sociedade que vivia nos idos de 1948, ano em que a Organização das Nações Unidas (ONU) adotou a atual Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O professor avalia a necessidade da inclusão de “direitos da natureza”, “direitos contra o capital financeiro global” e o “direito em relação à internet global”, como exemplos de novas orientações que podem delinear um novo documento universal sobre os direitos humanos.

“O capital financeiro global pode levar à miséria e à destruição de países inteiros. É preciso de um direito humano contra o capital financeiro global, para que a população não tenha que pagar pelos excessos e corrupções bancárias.”

Dilson Bessa é historiador e coordenador do Fórum Maranhense das Entidades das Pessoas com Deficiências e Patologias e fez questão de prestigiar o evento. Para ele, existe muita “agressividade e falta de conhecimento” nos debates sobre direitos humanos. Dilson acredita que o momento foi de troca de experiências e de aprendizado.

“A gente tem que avaliar esse período em que a gente tá vivendo de perda de direitos sociais e trabalhistas. Qualquer perda de direitos é motivo de preocupação. Nesse debate a gente pode tá refletindo e buscando alternativas para combater toda a forma de fascismo, de autoritarismo, de perseguição e perda de direitos”, frisou.

Para o secretário de Direitos Humanos e Participação Popular, Francisco Gonçalves, a palestra com Boaventura de Sousa Santos tem um significado especial diante os atuais conflitos na América Latina e no Brasil.

“O professor Boaventura, além de pesquisador é um defensor dos direitos humanos, é um dos símbolos da luta pela democracia no planeta. Esse encontro aqui possibilita uma troca de ideias e opiniões sobre a situação dramática que a América Latina vive e sobre os desafios para a democracia no Brasil”, enfatizou.

Diálogos Insurgentes

Ação do Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Participação Popular (Sedihpop), o Diálogos Insurgentes chegou a sua 15ª edição com o mesmo objetivo: ampliar o debate intersetorial e transversal de temas contemporâneos relacionados aos Direitos Humanos e que contribui para disseminar a cultura e educação em direitos humanos nos diversos espaços.

O evento já discutiu temas como censura, arte, repressão, ditadura militar, previdência, dentre outros assuntos que movimentam os campos social, político, cultural, econômico e intelectual brasileiro na atualidade.

Com informações do Governo do Maranhão.

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