O ex-presidente e atual senador por Alagoas Fernando Collor (Pros) usou sua conta no Twitter nesta segunda-feira (18) para pedir desculpas pelo bloqueio de parte do saldo de cadernetas de poupança e contas-correntes durante seu governo, em 1990. Em uma sequência de publicações na rede social, Collor afirmou que tinha a decisão foi “dificílima” e alegou que a medida foi tomada para tentar conter a hiperinflação, que chegava a 80% ao mês.
O senador escreveu que é chegado o momento de falar com mais clareza sobre o "delicado" assunto.
“Acreditei que aquelas medidas radicais eram o caminho certo. Infelizmente errei. Gostaria de pedir perdão a todas aquelas pessoas que foram prejudicadas pelo bloqueio dos ativos”, escreveu.
Parte do Plano Collor para estabilização da economia, a MP 168/1990 limitou os saques a 50 mil cruzeiros, moeda que substituiu o cruzado novo. O valor é equivalente a R$ 18 mil reais hoje. A promessa do governo à época era desbloquear o restante do dinheiro em um ano. O senador contou que sabia dos riscos envolvidos na decisão, mas afirmou que o Brasil estava “no limite” e explicou que combater a inflação era seu principal objetivo.
“Os mais pobres eram os maiores prejudicados, perdiam seu poder de compra em questão de dias, pessoas estavam morrendo de fome. O Brasil estava no limite! Durante a preparação das medidas iniciais do meu governo, tomei conhecimento de um plano economicamente viável, mas politicamente sensível, com grandes chances de êxito no combate à inflação. Era uma decisão dificílima. Mas resolvi assumir o risco. Sabia que arriscava ali perder a minha popularidade e até mesmo a Presidência, mas eliminar a hiperinflação era o objetivo central do meu governo”.
Não é a primeira vez que o ex-presidente pede perdão aos brasileiros pelo bloqueio do dinheiro. Há 10 anos, Collor, já como senador, lamentou a decisão em entrevista à Rádio Senado.
Primeiro presidente eleito após a redemocratização, Fernando Collor tomou posse em março de 1990 e renunciou à Presidência da República em dezembro de 1992, na reta final do processo de impeachment.