Nessa segunda-feira (16) pesquisadores dos Estados Unidos, começaram os experimentos do primeiro ensaio clínico para uma vacina de proteção contra a COVID-19, financiados pelo National Institutes of Health (NIH), segundo autoridades do governo norte-americano.
Inicialmente, o estudo deveria começar em abril, mas o instituto americano adiantou o prazo, de acordo com um funcionário que conversou com a AP News, em anonimato. Independente disso e dos resultados, as autoridades de saúde pública já afirmam que levará de um ano a 18 meses para validarem completamente qualquer vacina.
Em Washington, os testes se iniciam com 45 voluntários jovens e saudáveis, que receberão diferentes doses da vacina co-desenvolvida entre o NIH e o laboratório Moderna. Mesmo que a tecnologia não esteja comprovada, não há chance de os participantes serem infectados, porque o medicamento não carrega o próprio coronavírus.
Isso porque não será utilizada nem uma amostra ativa ou inativa do vírus, como é comum na maioria das vacinas. Nesse caso, é usado um método que usa o RNA mensageiro — estrutura responsável pela produção de proteínas e que manifesta as características expressas no DNA — para desencadear uma resposta imune no indivíduo.
Por enquanto, o objetivo é verificar se a vacina não desencadeia efeitos colaterais preocupantes, o que deve preparar as próximas etapas da pesquisa.
Mais experimentos
Diferentes grupos de pesquisa, em todo o mundo, procuram desenvolver uma vacina contra a COVID-19, enquanto os números de casos continuam a crescer. Já são mais de 179 mil, de acordo com o mapa interativo da Universidade Johns Hopkins. Diante do tamanho do problema, são diferentes tipos de vacinas em fase de desenvolvimento. Há inclusive pesquisadores atrás de vacinas temporárias, que devem imunizar as pessoas por um mês ou dois, enquanto é desenvolvida uma proteção mais efetiva.
A Inovio Pharmaceuticals também pretende iniciar os testes de segurança de sua vacina, no próximo mês, em algumas dezenas de voluntários na Universidade da Pensilvânia e em um centro de testes em Kansas City, Missouri, ambos nos Estados Unidos, seguido por um estudo desenvolvido na China e na Coreia do Sul.
Como tratar os pacientes?
Atualmente, não existem tratamentos específicos e nem amplamente comprovados para a COVID-19. Por exemplo, a China (epicentro "original"do coronavírus SARS-CoV-2) testa uma combinação de medicamentos contra o HIV para o novo coronavírus, além de um medicamento experimental, chamado remdesivir, que estava em desenvolvimento para combater o Ebola. Nos EUA, o Centro Médico da Universidade de Nebraska também começou a testar o mesmo medicamento em alguns americanos que foram diagnosticados com a doença
Felizmente, na maioria das pessoas, o novo coronavírus causa apenas sintomas leves ou moderados, como febre e tosse. Para alguns, especialmente idosos e grupos de pacientes com doenças crônicas e baixa imunidade, pode acarretar problemas mais graves, como pneumonia e falta de ar — é quando aumentam os riscos de óbito.
Fonte: Canaltech; AP News e TechCrunch.