TV por assinatura perdeu quase 2 milhões de assinantes em 2019

pessoa de costas assiste televisão
Foto: Freepik.

Os preços altos e a preferência por plataformas de streaming vêm derrubando o volume de clientes das empresas que oferecem serviços de TV por assinatura, segundo relatório divulgado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Pelos dados, o ano de 2019 marcou a retração mais forte do setor, com perde de 1,7 milhão de assinantes — ou quase 10% — em relação a 2018.

Desde que a Anatel começou a registrar as flutuações de consumo no mercado de TV paga, em 2015, o último relatório trouxe a maior queda deste mercado desde então. A Claro/NET ainda lidera o setor, mas pela primeira vez ficou abaixo dos 50% de market share, fechando 2019 com 49,2% de participação. Em segundo lugar, a Sky obteve 29,7% do volume de assinantes. Finalmente, as duas últimas posições do ranking são ocupadas, respectivamente, por Oi e Vivo, que ficaram com 9,6% e 8,4% dos consumidores. TVs de ação local ou concessões de canais religiosos fecham o ranking com 3,4%.

Ao todo, o mercado de TV por assinatura fechou 2019 com 15,7 milhões de assinantes, versus 17,3 milhões no ano anterior.

Preço e pirataria são fatores determinantes

O principal ponto de evasão de clientes no setor de TV paga, indica o relatório, é a migração de usuários das concessionárias de TV para plataformas de streaming. Pelo fato de oferecerem conteúdo curado e mais próximo aos gostos dos consumidores, as empresas do ramo tendem a obter um influxo maior de assinantes.

Fora isso, tem a questão do preço: enquanto um pacote que atenda o básico do cardápio de canais em uma TV por assinatura custa, em média, R$ 200 mensais, serviços como Amazon Prime Video, Netflix e Globoplay, para citar alguns, não chegam a R$ 100 — isso quando somados.

Por serem mais em conta no bolso dos brasileiros e oferecerem um conteúdo melhor trabalhado às preferências do público, plataformas de vídeo sob demanda (VOD) acabam “roubando” fatias do mercado de TV paga. E a tendência é que isso continue, haja vista que novos serviços devem chegar por aqui ainda este ano em caráter oficial, como o Disney+.

Outro ponto a ser analisado é a questão da pirataria: a estimativa oficial é a de que pelo menos 7 milhões de brasileiros têm acesso a canais e programas pagos das TVs por assinatura por meio de pirataria de sinal. O caso mais óbvio é a oferta das chamadas “IPTVs” — pequenos receptores onde são instalados acessos a servidores que roubam o sinal de empresas de TV por assinatura, exibindo gratuitamente até mesmo os canais pay per view. Além disso, ainda há o “gato”, que já é uma instalação direta de pirataria de sinal.

Até o fechamento desta nota, nenhuma das quatro principais empresas do setor havia comentado o relatório da Anatel.

Fonte: Canaltech; Observatório da TV.

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