Coronavírus: cientistas se reúnem em fórum que busca respostas

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Foto: Man Yi (via ONU News).

A nova cepa do coronavírus passa a ser chamada a partir desta terça-feira de Covid-19. O anúncio foi feito pela Organização Mundial da Saúde, OMS, em parceria com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, e a Organização Mundial de Saúde Animal.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, explicou que foi necessário encontrar um nome que não se referisse a uma localização geográfica, a um animal, indivíduo ou grupo de pessoas.

Padrão

“Covi" se refere ao coronavirus, o "d" à doença e o número 19 representa 2019, o ano em que o vírus foi identificado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan. O anúncio ocorreu em Genebra, durante o Fórum sobre a doença, que reúne mais de 400 cientistas.

Falando a jornalistas, Tedros destacou que “a nomenclatura é importante para impedir o uso de outros nomes imprecisos” ou gerar estigmatização. Ele acrescentou que o nome também “fornece um formato padrão para uso em futuros surtos de coronavírus.”

Até a manhã desta terça-feira em Genebra, haviam sido confirmados 42.708 casos da doença na China, com 1017 mortes. A maioria dos casos e a maioria das mortes ocorreram na província de Hubei, onde fica a cidade de Wuhan.

Fora da China, foram registradas 393 incidências do vírus em 24 países, e uma morte.

Experiência

Por dois dias, a partir desta terça-feira, mais de 400 cientistas de todo o mundo, pessoalmente e virtualmente, participam do Fórum Global de Pesquisa e Inovação. O evento busca mobilizar ações internacionais em resposta ao Covid-19.

O Chefe da OMS destacou que esta “não é uma reunião sobre política ou dinheiro, mas sim sobre ciência.” Ele explicou que é necessário um conhecimento coletivo, discernimento e experiência para responder às perguntas para as quais ainda não existem respostas e conter assim o surto do coronavírus. Segundo ele, a primeira vacina poderia ficar pronta em 18 meses.

Resposta

Tedros lembrou que “é exatamente para isso que a OMS serve: reunir o mundo para coordenar a resposta.” Para ele, “essa é a essência do multilateralismo, que é muito importante para o mundo.”

O diretor-geral da agência afirmou que “publicações, patentes e lucros não são prioridades agora” e o que “importa mesmo é conter o surto e salvar vidas.”

Na semana passada, a OMS contatou a rede de representantes dos países da agência, assim como os coordenadores residentes das Nações Unidas nos países, para informá-los sobre o surto e sobre as medidas que podem ser tomadas.

Guterres

Tedros enfatizou que também informou ao secretário-geral, António Guterres, e que todo o poder do sistema da ONU será usado para combater o surto. Nesta terça-feira, a OMS iniciou as atividades de uma equipe de gerenciamento de crises da ONU, que será liderada pelo diretor do Programa de Emergências da OMS, Mike Ryan.

O chefe da agência acredita que isso ajudará a “OMS a se concentrar na resposta à saúde, enquanto as outras agências podem trazer seus conhecimentos para as implicações sociais, econômicas e de desenvolvimento mais amplas do surto.”

Inimigo

Tedros voltou a frisar a “janela de oportunidade” para atuar na responsa à doença. E disse que se investimentos forem feitos “agora em intervenções racionais e baseadas em evidências” será possível ter “uma chance realista de interromper esse surto.”

O diretor-geral destacou que essa “oportunidade foi criada por causa das medidas sérias que a China tomou em Wuhan e em outras cidades”, mas que ele não acha “que esse status possa permanecer o mesmo por muito tempo.”

Para Tedros, se o mundo não agir agora, será possível ter “muito mais casos e custos muito mais altos”. Para ele, “este é um inimigo comum”.

A OMS indica que o desenvolvimento de vacinas e tratamentos é uma parte importante da agenda de pesquisa, mas que essa é apenas uma parte. Segundo Tedros, “a primeira vacina pode estar pronta em 18 meses”, e por isso é importante “fazer tudo hoje usando as armas disponíveis para combater esse vírus”, enquanto todos preparam medidas de longo prazo.

Com ONU News.

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