A Organização Mundial da Saúde, OMS, registrou mais de meio milhão de casos confirmados de covid-19 em todo o mundo. Pelo menos 20 mil pessoas morreram e 100 mil se recuperaram da doença, segundo o diretor-geral da agência.
Tedros Ghebreyesus disse a jornalistas esta sexta-feira, em Genebra, que mais de 50 ministros da Saúde do mundo compartilharam experiências e lições aprendidas com o surto na China, no Japão, na Coreia do Sul e em Cingapura.
Equipamentos
O chefe da OMS destacou como ações bem-sucedidas a detecção precoce, isolamento, acompanhamento, identificação e quarentena de casos confirmados e de pessoas com quem tiveram contato. Outras medidas são otimizar os cuidados e promover a comunicação em favor da confiança entre pessoas e grupos.
A mais urgente ameaça global é a falta de equipamentos de proteção individual. A agência forneceu cerca de 2 milhões de itens e equipamentos de proteção a 74 países, e prepara a mesma quantidade para mais 60 nações.
Para Ghebreyesus, ainda é preciso fazer muito mais e o problema “só pode ser resolvido com cooperação e solidariedade”. Ele destacou que todos estão em risco quando os profissionais da saúde estão expostos a essa situação.
Além de reforçar que é preciso apoiar pesquisas e testes de casos mais agressivos, o chefe da OMS pediu que seja aumentada a produção e capacidade de realizar testes em todo o mundo. De acordo com a atualização divulgada esta sexta-feira, pelo menos 509.164 da doença foram confirmados e pelo menos 23.335 pessoas perderam a vida em 201 países e territórios.
Tratamento urgente
Tedros disse que uma vacina contra o novo coronavírus demorará, pelo menos, 18 meses. Enquanto isso, é preciso tratamento urgente para os pacientes e salvar vidas.
A Noruega e a Espanha já têm os primeiros candidatos inscritos para participar na chamada Pesquisa de Solidariedade, que deve comparar a segurança e a eficácia de quatro medicamentos ou combinações diferentes.
Para a OMS, esse teste histórico reduzirá de forma drástica o tempo necessário para ter fortes evidências sobre a ação dos remédios. Mais de 45 países já contribuem para esse ensaio e vários outros expressaram interesse.
No entanto, o chefe da agência pediu a indivíduos e países que “se abstenham de usar terapêuticas que não demonstraram ser eficazes”.
Evidências
O diretor-geral lembrou que na história da medicina há muitos “exemplos de medicamentos que funcionavam no papel ou em um tubos de ensaio, mas não em humanos para os quais chegaram a ser prejudiciais”.
Essa situação ocorreu durante a recente epidemia do ebola, quando “alguns medicamentos considerados eficazes não o foram”, após terem sido comparados em ensaios clínicos. Tedros destacou ainda que devem ser seguidas as evidências científicas e que “não há atalhos” para essa questão.
Com ONU News.