OMS se pronunciará sobre potencial transmissão da Covid-19 pelo ar

OMS se pronunciará sobre potencial transmissão da Covid-19 pelo ar
Foto: ONU/Daniel Johnson (via ONU News).

Um grupo de engenheiros enviou uma carta para a Organização Mundial da Saúde mencionando a possibilidade de que a Covid-19 seja transmitida pelo ar.

A notícia, publicada no jornal The New York Times, dos Estados Unidos, foi reproduzida em várias partes do mundo.

Conversas

Nesta terça-feira, a Organização Mundial da Saúde respondeu que está analisando a informação assim como outras formas já comprovadas de transmissão. A responsável da equipe técnica da agência, Maria Van Kerkhove, disse que a OMS deve fazer “um pronunciamento abrangente já nos próximos dias”. 

A médica contou que as conversas com os autores da carta ocorrem desde 1 de abril, e que muitos são engenheiros especialistas em respiradores mecânicos. Para ela, não somente esta possível forma de transmissão, como outras, devem ser consideradas e reconhecidas para que se possa chegar a uma prevenção eficiente da doença. 

Outra especialista técnica, Benedetta Allegranzi, contou que a OMS tem colaborado com vários especialistas sobre o tema, há alguns meses, discutindo as preocupações. Ela disse que recebeu várias contribuições sobre o tema e que reconhece que existem evidências e que a agência tem que estar aberta sobre as formas de transmissão e as precauções.

Longo prazo

Na entrevista a jornalistas, o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus (foto), afirmou que os países que conseguiram avanços contra a pandemia e redução do número de mortes, foram os mesmos que tomaram providências com grupos específicos de risco incluindo pacientes de longo prazo como idosos que vivem em lares.

Até esta terça-feira, o mundo havia 11,4 milhões de casos confirmados da Covid-19 com mais de 535 mil mortes. 
O chefe da OMS contou que despachará este fim de semana uma equipe para a China para investigar a origem da doença zoonótica, que é transmitida de animais para os seres humanos.

Estudos científicos

Tedros informou que a OMS firmou uma parceria com a rede social Facebook para continuar informando a população sobre estudos científicos e informações seguras a respeito da pandemia em redes celulares em mais de 50 países e sem a cobrança extra pelos dados. Ele também agradeceu à empresa Google pelo apoio recebido desde o início da crise global.

Durante o contato com a imprensa, o diretor-geral da OMS também falou sobre a luta contra o HIV, o vírus que causa a Aids, e desafios enfrentados por países regiões, onde as taxas de contaminação têm subido.

A agência da ONU afirma que o mundo ainda não chegou ao cume de transmissão. E ainda que as taxas de novos casos baixem em alguns países, em outros o ritmo se acelera.

Crianças e HIV

Ao falar de uma outra pandemia, a da Aids, Tedros lembrou que desde 2018, uma média de 1,7 milhão de pessoas se infectaram com o HIV, anualmente. Uma outra barreira é a falta de antirretrovirais para crianças. Quase metade dos meninos e meninas vivendo com a doença não estão em tratamento.

Segundo ele, 73 países notificaram que estão sem estoques de antirretrovirais para tratar soropositivos. O chefe da OMS manifestou grande preocupação com o impacto da Covid-19 sobre a luta contra o HIV/Aids. 

Ele disse que os países devem começar a prescrever os medicamentos por períodos mais longos de tempo. Tedros disse que escassez de preservativos, kits de test para HIV e de antirretrovirais são um alto preço que nenhum país e comunidade deve ter que pagar. Para ele, a única forma de derrotar o vírus é através da solidariedade, união e da cooperação global. 

Fonte: ONU News.

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