O presidente dos Estados Unidos Donald Trump está impedido de utilizar Facebook, Twitter e Instagram,e até Snapchat após a invasão de seus apoiadores ao Capitólio, sede do governo norte-americano em Washington, nesta quarta-feira (6). O Twitter retirou acesso do presidente por 12 horas, sendo que Facebook e Instagram elevaram o bloqueio para 24 horas. Já o Snapchat mantém o bloqueio permanente até segunda ordem.
A primeira rede social a tomar tais providências foi o Twitter. O caso começou em meio aos protestos que resultaram na invasão ao Capitólio na tarde desta quarta. Em um cenário de tensão, Trump publicou um vídeo em suas redes sociais em que pedia que manifestantes fossem para casa, mas enfatizava que as eleições foram “fraudulentas”.
O Twitter inicialmente permitiu a publicação do vídeo, mas colocou o aviso de que o conteúdo era questionável. Com isso, o post não podia ser curtido, nem comentado, tampouco compartilhado.
Em seguida, a rede social foi além e pediu que as publicações fossem removidas, diante de ameça de bloqueio total da conta. “Como resultado da ação violenta atual e sem precedentes em Washintong D.C., nós pedimos a remoção de três tweets de Donald Trump que foram publicados hoje mais cedo por repetidas e graves violações às nossas políticas de Integridade Civil”, explicou o perfil oficial da empresa, Twitter Safety.
“Isso significa que a conta de Donald Trump será bloqueada por 12 horas a partir da remoção destes três tweets. Se os tweets não forem apagados, a conta se manterá bloqueada”, continua o perfil.
O Twitter também ameaçou banir permanentemente o presidente de sua plataforma. “Violações futuras das regras do Twitter, incluindo políticas de Integridade Civil e Ameaças Violentas, vão resultar em suspensão permanente da conta de Donald Trump”.
O presidente norte-americano já apagou as três publicações.
Algo parecido aconteceu com as contas de Trump tanto no Facebook quanto no Instagram. A questão envolve o mesmo vídeo publicado no Twitter, em que indicava que as eleições haviam sido “fraudulentas”.
O Facebook, contudo, removeu o vídeo diretamente. Depois, a rede social informou que bloquearia a conta de Trump. “Nós reconhecemos duas violações de políticas na página de Donald Trump, o que resulta em bloqueio de recursos por 24 horas, significando que ele vai perder a habilidade de publicar na plataforma durante este tempo”, explicou a empresa em comunicado.
Pelo Twitter, Adam Mosseri, diretor do Instagram, informou que a mesma ação seria feita na rede social de fotos. “Estamos bloqueando a conta do presidente Trump no Instagram por 24 horas”, publicou.
Em comunicado, o Facebook informou na tarde desta quarta-feira que já estava “procurando e removendo” publicações sobre os protestos ao Capitólio. Postagens que apoiavam a invasão, pediam ação armada, incitavam protesto na sede do governo entre outras foram sumariamente removidas.
“Como parte disso, nós removemos do Facebook e Instagram o vídeo recente do presidente Trump falando sobre os protestos e suas publicações subsequentes sobre os resultados das eleições. Nós tomamos esta decisão tendo em vista que estas publicações contribuem, ao invés de diminuir, o risco da violência em andamento”, informou Guy Rosen, vice-presidente de integridade do Facebook.
A rede social também está atualizando o aviso adicionado a publicações sobre eleições nos Estados Unidos com o seguinte texto: “Joe Biden foi eleito presidente com resultados certificados em todos os 50 estados. Os EUA têm leis, procedimentos e instituições estabelecidas para garantir a transferência pacífica de poder após uma eleição”.
Snapchat
O Snapchat foi a rede social foi a mais severa com Trump, bloqueando a conta do presidente por tempo indeterminado. Ao TechCrunch, um assessor da empresa informou que a ação foi tomada na tarde de quarta, sendo que a companhia vai acompanhar os acontecimentos para decidir se devolve acesso à conta ao presidente ou não.
A empresa não apresentou motivos pelos quais bloqueou Trump, como fizeram as demais redes sociais, entretanto o CEO do Snapchat, Evan Spiegel, publicou um texto contra os protestos no Capitólio em que menciona indiretamente o caso: “Simplesmente, não podemos promover contas nos Estados Unidos que estejam ligadas a pessoas que incitem violência racial, mesmo que seja dentro ou fora de nossa plataforma”.
Até o momento da publicação desta reportagem, Trump permanecia bloqueado em todas as redes sociais.
Fonte: Canaltech; Twitter, Facebook, TechCrunch, Snap.