Maranhão já registrou seis casos de pistolagem somente nestes primeiros quatro meses de 2012

Maranhão já registrou seis casos de pistolagem somente nestes primeiros quatro meses de 2012

Pode-se começar a considerar que o Maranhão seja uma "terra de ninguém", onde a pistolagem está gradativamente voltando à tona como forma de silenciar pessoas consideradas úteis na sociedade. Desde o assassinto do jornalista e blogueiro Décio Sá, na última segunda-feira (23), o número de atentados à vida por meio desse tipo de crime já são seis no total, foi o que disse o secretário de Estado de Segurança Pública, Aluísio Mendes. Destes, dois foram em São Luís e os outros quatro em cidades do interior.

O ato deixa aprensivo não somente quem é jornalista, mas qualquer outro profissional que entende a necessidade de tornar públicas informações vistas como indispensáveis para a população. Em São Luís, além de Décio, também foram executados os irmãos e empresários José Mauro Alves de Queiroz e José Queiroz Filho, donos de uma distribuidora de óleo na BR-135, localizada no bairro do Maracanã. Assim como o blogueiro, os irmãos Queiroz foram vitimados por um elemento não identificado que estava em uma moto.

Em cidades do interior do estado, foram assassinados o lavrador Raimundo Alves Borges, o "Cabeça"; o ex-prefeito do município de São José dos Basílios, Francisco Ferreira Sousa, também conhecido como Chico Riograndense; o advogado João Ribeiro Lima; o agropecuarista da cidade de Porto Franco, Braz Cabrini; todos a sangue frio.

Alves Borges era conhecido por ser uma figura influente na liderança camponesa, além de presidente do Assentamento Terra Bela. Ele foi morto em uma emboscada nas proximidades de sua residência no ínicio do mês de abril deste ano na cidade de Buriticupu. No dia 7 de janeiro a vítima foi o ex-prefeito Ferreira Sousa, alvejado com seis tiros quando voltava da fazenda em Dom Pedro. Em 3 de março, foi assassinado com um tiro na cabeça o advogado Ribeiro Lima, conidentemente, ele também foi alvo de um motociclista nunca identificado. No dia 24 do mesmo mês, o agropecuarista Cabrini foi encontrado morto na cidade de Imperatriz depois de ter ficado desaparecido.

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Maranhão (AL) e da da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MA) estão trabalhando ativamente para tentar localizar e resolver de uma vez por todas esses casos. Assim, espera-se dar fim ao que por algum tempo era apenas registro nos livros de história. Uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) deverá ser instalada como forma de pressionar as organizações militares a encontrar uma solução para esses incidentes. De acordo com o deputado estadual Bira do Pindaré, para a CPI ser instalada, são necessárias as assinatura de 14 deputados.

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