A Marinha do Brasil (MB) realizou nesse domingo (1) uma reunião na Capitania dos Portos do Maranhão (CPMA), para tratar da situação do navio mercante Stellar Banner, encalhado no litoral maranhense.
Esta é a 5ª reunião com representantes da Vale S.A, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Polícia Federal, Ardent Global, Gerência Ambiental do Porto do Itaqui e Agentes Marítimos.
Segundo nota lançada pela MB, a situação permanece estável. O monitoramento feito por embarcações e sobrevoo de aeronave, realizados nesse domingo, confirmam que não há nenhum tipo de vazamento de óleo ou minério. As barreiras de contenção continuam dispostas sobre o mar, de maneira preventiva.
O Navio Hidroceanográfico “Garnier Sampaio” chegou à área de ação para reforçar o apoio às ações desenvolvidas, juntamente com os demais meios empregados. As equipes de mergulho vão inspecionar a embarcação para que sejam identificados os danos no casco e compartimentos alagados.
Equipes estão realizando a selagem (vedação) de um grupo de suspiros dos tanques de combustível, bem como o reforço nas travas de fechamento dos porões de carga do navio Stellar Banner.
No momento, estão sendo empregados 255 militares da MB, além dos seguintes meios: Navio de Apoio Oceânico “Iguatemi”; Navio Hidroceanográfico “Garnier Sampaio”; uma aeronave UH-15; e sete embarcações da Capitania dos Portos do Maranhão.
Os órgãos e empresas envolvidos permanecem em estreita coordenação com a Autoridade Marítima, no intuito de solucionar o ocorrido com a brevidade possível, obedecendo normas e procedimentos de segurança, priorizando a mitigação de riscos à poluição e navegação.
Mais informações na reportagem abaixo:
O caso
O navio mercante Stellar Banner, que transporta minério de ferro da empresa Vale, está encalhado, parcialmente submerso na Baía de São Marcos, litoral do Maranhão. O navio tem bandeira das Ilhas Marshall, um país da Oceania.
O navio MV Stella Banner inclinou a cerca de 100 quilômetros do porto de Itaqui, no Maranhão, de onde saiu, nas proximidades da boia nº 1 no canal da Baía de São Marcos. O destino era o porto de Qingdao, na China, onde era esperado para chegar no dia 4 de abril com uma carga de 275 mil toneladas de minério de ferro. O incidente ocorreu no dia 24, por volta das 21h30. O comandante encalhou a embarcação em um banco de areia, a 100 km da costa, como forma de evitar o naufrágio da embarcação. O navio mede 340 metros de comprimento, 55 metros de largura e carrega quase 295 mil toneladas de minério de ferro.
Além disso a embarcação está carregada com 4.000 toneladas de óleo, sendo 3.500 toneladas de óleo residual e 140 toneladas de óleo destilado em seus tanques.
Quatro rebocadores seguiram para o local, onde devem coletar maiores informações do ocorrido e prestar apoio, caso necessário. Além disso, a Vale enviou para o local um rebocador com material para conter possíveis danos ambientais, no caso de haver possibilidade de vazamento da carga. A tripulação do Stellar Banner está a bordo dos rebocadores.
A Marinha instaurou um inquérito administrativo para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do ocorrido. Um representante da Vale, da empresa Ardent Global, e a Autoridade Portuária local se reuniram na manhã desta quarta-feira (26) para discutir a apresentação do Plano de Salvatagem. A Ardent Global foi contratada pela empresa autorizada a fazer o transporte da embarcação.
A avaria na embarcação, construída em 2016, ocorreu já fora do canal de acesso ao porto.
Segundo informações divulgadas pela mineradora, a embarcação é de propriedade e operada pela empresa sul-coreana Polaris. Como operadora portuária, a Vale está atuando com suporte técnico-operacional, com o envio de rebocadores, e colaborando com as autoridades marítimas."
Em nota o Governo do Maranhão informa que está acompanhando o caso e manterá monitoramento e vigilância, por meio da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.