Pets: dicas para cuidar do seu cachorro idoso

cachorro idoso
O cão Lupe chegou aos 14 anos. Foto: Eloisa Pereira.

Os animais de estimação, também conhecidos como pets, estão presentes nas casas de diversas pessoas no mundo inteiro. Cães, gatos, peixes, pássaros, uma grande variedade de animais, de diversas espécies e tamanhos.

Mas como a professora da pré-escola ensinou, os seres vivos nascem, crescem, se reproduzem e morrem. Os pets também envelhecem e precisam de cuidados especiais, pois, assim como os humanos, várias doenças e condições físicas específicas acometem os bichinhos com idade mais avançada. Por isso, é muito importante que os tutores entendam esse processo de envelhecimento para ajudar os bichinhos a passarem pela melhor idade com muito conforto, cuidado e amor.

Você sabe como cuidar de um bichinho idoso? Sabe como identificar quando ele chega a uma idade mais avançada? O médico veterinário Ricardo Costa Figueredo, de São Luís, explicou como fazer essa identificação em cachorros, além de outras informações relacionadas ao envelhecimento do animal.

Veja logo abaixo:

QUANDO UM CÃO É CONSIDERADO IDOSO? COMO IDENTIFICAR?

Algumas mudanças no pet podem indicar o aparecimento da fase idosa. A idade em alguns pets nem sempre pode indicar esta fase, pois cada raça tem sua particularidade e expectativa de vida diferente. No geral podemos considerar um animal idoso quando completa 8 anos, porém recomendo a partir dos 5 anos de idade dar uma atenção maior ao seu pet. Alguns sinais são normais da idade como os pelos ficarem grisalhos, sonolência, falha de alguns sentidos, como audição e visão, o animal fica mais cansado e menos disposto a exercícios físicos.

 

QUAIS PRINCIPAIS DOENÇAS ACOMETEM ESSES ANIMAIS IDOSOS?

Algumas doenças aparecem com o passar da idade e podem ser influenciadas pela predisposição do animal e hábito de vida, como alterações cardíacas e renais, artrite, artrose, catarata, cistite, doença periodontal, obesidade e síndrome da disfunção cognitiva.

 

QUAL MAIOR CAUSA DE MORTE ENTRE ANIMAIS IDOSOS EM SÃO LUÍS?

Pela rotina o que pode ser observado são alterações relacionadas a problemas renais e cardíacos.

 

EXISTE MESMO O FATOR “IDADE DE CACHORRO”, EM QUE UM ANO CANINO CORRESPONDE A VÁRIOS ANOS HUMANOS?

Sim. No geral a literatura cita que 1 ano em um cão corresponde a 7 anos em um humano. Porém, deve-se observar o comportamento do cão com o passar dos anos para identificar se ele atingiu a fase idosa, pois alguns cães amadurecem mais cedo, consequentemente, a fase idosa chega mais cedo.

veterinário em atendimento
Ricardo Figueiredo em atendimento. Foto: arquivo pessoal.

Mas Como cuidar de um cachorro idoso? O veterinário Ricardo Figueiredo listou as principais dicas.

Veja abaixo:

ALIMENTAÇÃO: mudança de alimentação devendo ser oferecido rações sêniores que é uma alimentação direcionada as necessidades de um cão idoso.

CAMINHADA: deve-se continuar com os passeios, porém em intervalos mais curtos.

MOBILIDADE: geralmente o cão já está adaptado a casa em que mora e sabe a localização de cada móvel, mas se existir uma perda de visão mais acentuada é interesse deixar os móveis em posições mais afastadas para dar maior espaço.

EXPOSIÇÃO AO AMBIENTE: é importante evitar que os cães fiquem em locais úmidos ou que favoreçam acidentes.

ACOMPANHAMENTO VETERINÁRIO: deve-se estipular uma frequência maior de visitas ao veterinário.

VACINAÇÃO: cães idosos devem permanecer com a carteira de vacina atualizada pois estão sujeitos a outras doenças. Deve-se lembrar de que assim como nos humanos, fase idosa nos cães tem uma defesa imunológica comprometida.

VERMIFUGAÇÃO: deve estar atualizada. Devemos lembrar que algumas verminoses são bem agressivas ao organismo podendo afetar órgãos importantes como coração e fígado e no animal idoso já existe um comprometimento desses órgãos com o passar da idade.

SONO: cães na fase idosa dormem mais tempo.

AMOR E CARINHO: pois é nessa idade que eles mais precisam da gente.

Amor e carinho realmente não podem faltar. Por isso muitos tutores se desdobram para cuidar da saúde de seu bichinho idoso. Como foi o caso da estudante Eloisa Pereira, de 20 anos. Ela e a família eram tutores do Lupe, um dos três cachorrinhos da casa:

“Ele era um membro da família, muito amado por todos e bastante inteligente. Após a idade tornou-se nosso idosinho e tivemos que lidar com as algumas mudanças alimentares e de convivência. O Lupe sempre foi um cachorro forte”, disse Eloisa.

Em dezembro de 2019, Eloisa promoveu uma rifa para custear o tratamento do cachorro Lupe. Ele foi diagnosticado com doença renal e babesiose logo após a família notar mudanças físicas e comportamentais, como cheiro ruim na boca do cão e deficiência renal. Seria necessário fazer uma cirurgia para colocar uma sonda esofágica no Lupe:

“O tratamento requeria gastos Chegamos à conclusão da rifa quando eu decidi não aplicar a eutanásia (processo de indução da morte do animal). A minha mãe tinha ganhado um fogão num sorteio e decidimos rifar para ajudar no tratamento”, explicou Eloisa.

A rifa foi finalizada e todo o dinheiro usado no tratamento. A cirurgia também foi executada, porém, algumas semanas após a cirurgia o Lupe não resistiu e morreu aos 14 anos de idade.

mulher sorrindo com cachorro
Eloisa e Lupe em 2018. Foto: arquivo pessoal.

Segundo o médico Ricardo Figueiredo, o cão na fase idosa exige uma maior atenção e cuidados por parte do tutor. Porém alguns tutores não sabem lidar com o envelhecimento do animal. Ricardo alerta que o profissional veterinário vai orientar até que ponto é natural as alterações ou sintomas que o pet está apresentando.

O animal saudável, sem alterações crônicas deve ir ao médico veterinário realizar checkup 1 vez por ano, pois algumas doenças não apresentam sintomas e podem ser descobertas nos exames de rotina. A partir dos 5 anos, dependendo da raça e hábito de vida, é recomendado realizar checkup a cada 6 meses.

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