Preço dos alimentos sobre 2,4%, em junho

Preço dos alimentos sobre 2,4%, em junho
Foto: Reprodução/TV Cidade/Record TV.

Os preços de alimentos subiram para uma média de 93,2 pontos em junho, marcando o primeiro aumento em 2020. A alta de 2,4% em relação a maio marca uma ligeira recuperação após as fortes quedas que vinham acontecendo devido à pandemia.

A informação é do Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, que publica as variações mensais de grupos de cereais, oleaginosas, laticínios, carne e açúcar.

Quedas

A FAO destaca que diante da contínua incerteza do mercado, os preços de óleos vegetais, do açúcar e laticínios subiram para os valores mais altos em meses após fortes quedas em maio. Quanto aos índices de cereais e da carne, a maioria dos preços continuou com uma pressão para baixo.

O índice do óleo vegetal aumentou 11,3% em junho, após quatro meses consecutivos de quedas. Essa recuperação deve-se à subida do preço do óleo de palma, depois da recuperação da demanda global de importação e das preocupações com possíveis problemas de produção. O coronavírus provocou falta de mão de obra migrante associada ao setor.

Em relação ao índice de açúcar, o aumento foi de 10,6% comparado ao mês anterior. Entre as razões estão os relatos de dificuldades dos navios para embarcar açúcar em portos do Brasil, devido às medidas para conter a propagação do coronavírus.

A FAO revela que em relação ao grupo de laticínios, a subida foi de 4%. Todos os alimentos desta categoria continuaram abaixo dos custos praticados antes da pandemia.

Mar Negro

Na categoria dos cereais a queda foi de 0,6% em relação a maio. Os valores do trigo tendem a baixar com previsões otimistas de colheitas em vários exportadores principais, especialmente na região do Mar Negro. No entanto, os custos do milho foram mais estáveis em junho, com a recuperação da demanda e do crescimento nos Estados Unidos.

De acordo com a agência da ONU, o índice de preços da carne caiu 0,6% durante o período por causa do recuo nos custos da carne das aves e bovinos causado pelo aumento da disponibilidade para a exportação nos principais produtores.

A FAO lançou ainda o Relatório de Perspectivas de Culturas e Situação Alimentar, que coloca Cabo Verde e Moçambique na lista de 44 países* que precisam de assistência alimentar externa. Desse grupo de nações, 34 são da África.

Para o período 2020/21 prevê-se que a utilização mundial de 2.735 bilhões de toneladas cereais, pouco mais de 43 milhões de toneladas acima do nível 2019/20.

A agência tem previsão de uma produção de 2.790 bilhões de toneladas de cereais em 2020. O aumento em 9,3 milhões de toneladas em relação à estimativa anterior corresponde a 3% acima da colheita recorde do ano passado. A revisão para cima acompanha as estimativas de produção de trigo da Austrália.

Cereais

A última previsão da FAO sobre o comércio mundial de cereais em 2020/21 tem valores históricos: 435 milhões de toneladas. O total corresponde a uma alta de 2,1% em relação aos níveis de 2019/20.

A nova estimativa revela ainda que a reserva mundial de cereais até o final da temporada de 2021 deverá subir mais 2 milhões de toneladas, para 929 milhões de toneladas. A média de aumento é de 6% ao ano.

*Outros países que precisarão de auxílio alimentar são Afeganistão, Bangladesh, Burkina Fasso, Burundi, Camarões, República Centro-Africana, Chade, Congo, Coreia do Norte, República Democrática do Congo, Djibuti, Eritreia, Eswatini, Etiópia, Guiné Conacri, Haiti, Iraque, Quênia, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagascar, Malawi, Mali, Mauritânia, Mianmar, Namíbia, Níger, Nigéria, Paquistão, Senegal, Serra Leoa, Somália, Sudão do Sul, Sudão, Síria, Tanzânia, Uganda, Venezuela, Iêmen, Zâmbia e Zimbábue.

Fonte: ONU News.

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