Cobertura vacinal contra o sarampo é a mais baixa desde 2008

Cobertura vacinal contra o sarampo é a mais baixa desde 2008
Foto: reprodução/Ministério da Saúde.

O número de crianças vacinadas contra o sarampo vem diminuindo desde o início da pandemia de COVID-19. Em 2021, um recorde de quase 40 milhões de pessoas perderam ao menos uma dose da vacina.

A informação foi divulgada em conjunto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). Esse declínio é um revés significativo no progresso global para alcançar e manter a eliminação do sarampo e deixa milhões de crianças suscetíveis à doença.

Em 2021, houve cerca de nove milhões de casos e 128 mil mortes por sarampo em todo o mundo. Além disso, 22 países tiveram grandes surtos.

A publicação alerta para uma ameaça iminente em todas as regiões do mundo. Entre as causas estão a diminuição na cobertura vacinal, vigilância enfraquecida do sarampo e interrupções e atrasos contínuos nas atividades de imunização devido a COVID-19, assim como grandes surtos persistentes em 2022.

De acordo com o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, “enquanto as vacinas contra COVID-19 foram desenvolvidas em tempo recorde e implementadas na maior campanha de vacinação da história, os programas de imunização de rotina foram seriamente interrompidos e milhões de crianças perderam as vacinas que salvam vidas contra doenças mortais como o sarampo”.

Contagioso

Segundo o comunicado, a situação é grave: o sarampo é um dos vírus humanos mais contagiosos, mas é quase totalmente evitável por meio da vacinação. É necessária uma cobertura de 95% ou mais de 2 doses de vacina contra o sarampo para criar imunidade coletiva a fim de proteger as comunidades e alcançar e manter a eliminação da doença.

Entretanto, o mundo está bem abaixo disso, com apenas 81% das crianças recebendo a primeira dose de vacina e 71% recebendo a segunda dose. Estas são as taxas de cobertura global mais baixas da primeira dose de vacinação contra o sarampo desde 2008, embora a cobertura varie de acordo com o país.

Ação urgente

A OMS alerta que o sarampo é uma ameaça em todos os lugares, pois o vírus pode se espalhar rapidamente para várias comunidades e além das fronteiras internacionais. Nenhuma região conseguiu manter a eliminação da doença. Desde 2016, dez países que já haviam eliminado o sarampo tiveram surtos e restabeleceram a transmissão.

A diretora do CDC, Dra. Rochelle P. Walensky, explica que “o número recorde de crianças sub-imunizadas e suscetíveis ao sarampo mostra os profundos danos que os sistemas de imunização sofreram durante a pandemia de COVID-19”.

Para ela, os surtos de sarampo ilustram as deficiências dos programas de imunização, mas as autoridades de saúde pública podem usar a resposta ao surto para identificar comunidades em risco, entender as causas da baixa vacinação e ajudar a fornecer soluções adaptadas localmente para garantir que as vacinas estejam disponíveis para todos.

Pandemia

Em 2021, quase 61 milhões de doses de vacina contra o sarampo foram adiadas ou perdidas devido a atrasos relacionados à COVID-19 em campanhas de imunização em 18 países.

O CDC e a OMS pedem ação coordenada e colaborativa de todos os parceiros nos níveis global, regional, nacional e local para priorizar os esforços para encontrar e imunizar todas as crianças desprotegidas.

De acordo com a estratégia de imunização global da Agenda de Imunização 2030, os parceiros globais continuam comprometidos em apoiar investimentos no fortalecimento da vigilância como um meio de detectar surtos rapidamente, responder com urgência e imunizar todas as crianças que ainda não estão protegidas contra doenças evitáveis ​​por vacinação.

Com ONU Brasil.

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