OMS confirma que começaram testes de primeira vacina contra covid-19

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Foto: CDC/Hannah A Bullock/Azaibi Tami.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, confirmou esta quarta-feira que começaram os testes da primeira vacina contra o novo coronavírus, covid-19.  

Em Genebra, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, lembrou que o teste foi iniciado apenas 60 dias após estar terminada a sequência genética do vírus, dizendo que “é uma conquista incrível.”

Vacina 

Tedros elogiou “os pesquisadores de todo o mundo que se reuniram para avaliar, de forma sistemática, esta terapia experimental."  

Na véspera desse anúncio, a ONU News conversou com a médica da OMS e chefe da área de vacina e medicamentos, Mariângela Simão. Ela falou, de Genebra, sobre os novos ensaios clínicos. 

“Uma vacina não é desenvolvida de um dia para o outro. Demora tempo para fazer os estudos necessários para avaliar não só a eficácia, se a vacina funciona ou não, mas também se ela é segura, se ela é estável, se é aplicada em diferentes condições, para diferentes grupos etários, e tudo o mais. No momento, temos cerca de 20 ensaios clínicos, pesquisas, em andamento para desenvolvimento de vacinas.”

Testes 

Além da vacina, o chefe da OMS informou que vários testes de pequena dimensão, com métodos diferentes, estão decorrendo. Ele disse, no entanto, que podem “não dar a prova clara e forte” que é necessária.  

Por causa disso, a OMS e vários parceiros estão organizando uma iniciativa em muitos países para comprar os resultados de vários tratamentos. O grande estudo foi chamado de Solidarity, Solidariedade, em português. 

Já o chefe da OMS, Tedros Ghebreyesus, disse que "este grande estudo internacional foi projetado para gerar os dados robustos que são precisos, para mostrar quais tratamentos são os mais eficazes.” 

Segundo ele, a iniciativa deve "fornecer procedimentos simplificados para hospitais sobrecarregados." 

Muitos países já confirmaram que participarão da iniciativa Solidariedade, incluindo Argentina, Bahrein, Canadá, França, Irã, Noruega, África do Sul, Espanha, Suíça e Tailândia. Tedros acredita que “muitos outros participarão."

Ebola 

Ao falar de uma outra doença, o ebola, ele informou ainda que o último caso na República Democrática do Congo foi registrado há mais de um mês. Se continuar assim, o fim do surto deve ser declarado em menos de 30 dias. 

O diretor-geral diz que "o mesmo espírito de solidariedade” que conduziu os esforços contra o ebola “deve ser empregado para derrotar o Covid-19.” 

Dos mais de 200 mil casos do novo coronavírus relatados à OMS até quarta-feira, mais de 80% são de duas regiões, Ásia e Pacífico e Europa.  

Tedros disse que muitos países "estão se sentindo sobrecarregados”, mas que a OMS é solidária com “as tremendas dificuldades” e “difíceis escolhas” que estão fazendo.

Resposta 

Todos os dias, funcionários da agência reúnem com ministros da Saúde, chefes de Estado, profissionais e gerentes de hospitais, líderes do setor e chefes de empresas para ajudar na resposta. Tedros avisa que ninguém “deve presumir que sua comunidade não será afetada” e que todos têm de se preparar. 

Segundo ele, “há esperança” e “muitas coisas que todos os países podem fazer." Além de medidas físicas de distanciamento, os Estados-membros devem isolar, testar, tratar e rastrear os casos de infecção.

Coreia do Sul 

O diretor-geral lembrou o caso da Coréia do Sul, onde no pico eram confirmados mais de 800 novos casos todos os dias, teve na terça-feira, apenas 90 notificações. 

A OMS está atuando com outros países para aplicar as lições aprendidas na Coreia do Sul, adaptando-as ao contexto local.  

Tedros também referiu a possível superlotação dos sistemas de saúde. Quando os hospitais estiverem cheios, os países podem usar instalações comunitárias para isolar e cuidar de casos leves. Se isso não for uma opção, esses pacientes podem ser atendidos em casa. 

Segundo o chefe da OMS, essa “não é a situação ideal”, mas a OMS publicou um guia de como esses cuidados domiciliares podem ser prestados.  

Por fim, a OMS continua pedindo que todos os países implementem uma abordagem completa, para reduzir o número de casos durante o pico do surto. Segundo Tedros, “essa abordagem está salvando vidas e ganhando tempo para desenvolver vacinas e tratamentos." 

Com ONU News.

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