Foi realizada nesta quinta-feira (10) a continuidade da audiência de instrução do processo contra o soldado da Polícia Militar do Maranhão, Carlos Eduardo Nunes Pereira, 31 anos, acusado de feminicídio contra sua ex-companheira Bruna Lícia Fonseca Pereira e de homicídio contra José Willian dos Santos Silva. O crime ocorreu no dia 25 de janeiro de 2020, por volta 13h30, no apartamento onde a mulher morava, no bairro Vicente Fialho, em São Luís.
Durante o interrogatório, o acusado disse ter sido o autor dos tiros que mataram as duas vítimas e que a arma usada no crime era dele. Sobre a motivação do crime e outras perguntas feitas pelo promotor de justiça e pelo magistrado, Carlos Eduardo Nunes não respondeu, preferindo usar o direito constitucional de permanecer em silêncio.
A primeira audiência ocorreu no último dia 15 de julho e a segunda no dia 20 de agosto. Na audiência de hoje (10.09), presidida pelo juiz titular da 4ª Vara do Tribunal do Júri, José Ribamar Goulart Heluy Júnior, foi ouvida a última testemunha de defesa e interrogado o acusado que está preso no Quartel da Polícia Militar desde o dia do crime.
O juiz concedeu às partes o prazo de cinco dias para o oferecimento de alegações finais. Só depois desse prazo, o magistrado dará uma decisão determinando se o acusado irá ou não a júri popular.
CUIDADOS DEVIDO AO NOVO CORONAVÍRUS
Para a continuidade da audiência serão adotadas várias medidas de prevenção do contágio pelo vírus, como ocorReu na audiência de julho. O local passou por sanitização, foram feitas marcações nas poltronas do salão para garantir o distanciamento mínimo de 1,5m entre as pessoas, disponibilizado álcool em gel para uso de todos os presentes e obrigatoriedade da utilização permanente de máscaras para todos nas dependências do salão.
O local também teve controle de acesso, sendo permitida a entrada somente das testemunhas, familiares das vítimas e do acusado, servidores da 4ª Vara do Júri, promotor de Justiça, assistentes de acusação e advogado do acusado.
DENÚNCIA
O crime ocorreu no dia 25 de janeiro de 2020, por volta 13h30, no apartamento em que Bruna Lícia morava, no bairro Vicente Fialho, em São Luís. De acordo com a denúncia, no dia do crime as vítimas, que trabalhavam na mesma empresa, e um colega de trabalho haviam decidido almoçar juntos e aguardavam o almoço pedido pelo aplicativo de celular. O denunciado entrou no apartamento e com uma arma de fogo, foi diretamente ao quarto em que estavam as duas vítimas. Após atirar nos dois, ele permaneceu no interior do apartamento até a chegada da polícia, entregando a arma e sendo preso em flagrante. As vítimas morreram no local.
SAIBA MAIS
Caso Bruna Lícia: suspeito de assassinato é ouvido em audiência
Caso Bruna Lícia: PM será indiciado por feminicídio
Caso Bruna Lícia: OAB investiga estímulo à violência pela internet
O denunciado disse que estava separado de Bruna Lícia Fonseca. Ao ser reinquirido ele alegou que cometeu o delito ante uma suposta infidelidade, além de ter sido confrontado e agredido pelas vítimas. O Ministério Público aponta contradições no depoimento do acusado.
Segundo os autos, Bruna Lícia Fonseca e Carlos Eduardo Nunes haviam rompido o relacionamento recentemente e ele não aceitava o término. O denunciado havia retirado seus pertences do apartamento no dia anterior ao crime.