EMAP descarta caso de coronavírus no Porto do Itaqui em São Luís

porto do itaqui
Foto: Reprodução.

Uma notícia sobre um possível caso do novo Coronavírus no Porto do Itaqui, em São Luís, assustou os ludovicenses na manhã desta sexta-feira (7).

Alguns sites publicaram a informação da possibilidade de um portador do novo vírus na capital e tão logo a Empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) se pronunciou e descartou o caso. Não há nenhum caso confirmado de coronavírus no Maranhão.

Em nota, publicada nesta sexta-feira, a EMAP informou que realmente houve a necessidade de atendimento médico a um tripulante de um navio norte-americano, mas com caso de infarto na última quinta-feira (6). O navio Condor Arrow, dos Estados Unidos, atracou no Porto do Itaqui na segunda-feira (3) após obter a Certidão de Livre Prática da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que atesta não haver a bordo doenças de risco epidemiológico.

Segundo a EMAP, a operação do navio segue normalmente e as equipes de Saúde e Segurança da EMAP e da Anvisa estão em alerta para combater a entrada do coronavirus no Maranhão.

A EMAP informa, ainda, que não há suspeitas de coronavírus no Porto do Itaqui.

No dia 30 de janeiro técnicos da Anvisa estiveram no Porto do Itaqui para uma reunião técnica e de alinhamento de ações de controle que estão sendo adotadas em todo o país. O Porto conta com um Plano de Contingência para Assuntos de Interesse Internacional em Saúde Pública e segue as orientações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde cabíveis aos pontos de entrada (portos e aeroportos).

CORONAVÍRUS NO BRASIL

O Ministério da Saúde atualizou na última quinta-feira (6) as informações repassadas pelas Secretarias Estaduais de Saúde sobre a situação dos casos suspeitos do novo coronavírus no Brasil. Agora, 9 casos se enquadram na atual definição de caso suspeito para nCoV-2019, uma redução de dois casos suspeitos em relação ao informe do dia anterior. O boletim foi apresentado durante a reunião, em Brasília (DF), com secretários de saúde dos estados e capitais de todo o país.

Os casos suspeitos estão sendo monitorados pelo Ministério da Saúde nos seguintes estados: Minas Gerais (1), Rio de Janeiro (1), São Paulo (3), Santa Catarina (1) e Rio Grande do Sul (3).

O Ministério da Saúde também já descartou 24 casos para investigação de possível relação com a infecção humana pelo coronavírus, três casos a mais do que o boletim divulgado na quarta-feira (5). Todas as notificações foram recebidas, avaliadas e discutidas com especialistas do Ministério da Saúde, caso a caso, junto com as autoridades de saúde dos estados e municípios.

O NOVO CORONAVÍRUS

Em 31 de dezembro de 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhan, província de Hubei, na República Popular da China. Tratava-se de uma nova cepa (tipo) de coronavírus que não havia sido identificada antes em seres humanos.

Uma semana depois, em 7 de janeiro de 2020, as autoridades chinesas confirmaram que haviam identificado um novo tipo de coronavírus. Os coronavírus estão por toda parte. Eles são a segunda principal causa de resfriado comum (após rinovírus) e, até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em humanos do que o resfriado comum.

Ao todo, sete coronavírus humanos (HCoVs) já foram identificados: HCoV-229E, HCoV-OC43, HCoV-NL63, HCoV-HKU1, SARS-COV, MERS-COV e o mais recente, temporariamente nomeado 2019-nCoV.

A OMS tem trabalhado com autoridades chinesas e especialistas globais para aprender mais sobre o vírus, como ele afeta as pessoas que estão doentes, como podem ser tratadas e o que os países podem fazer para responder.

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) tem prestado apoio técnico aos países das Américas e recomendado manter o sistema de vigilância alerta, preparado para detectar, isolar e cuidar precocemente de pacientes infectados com o novo coronavírus.

Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional

Em 30 de janeiro de 2020, a OMS declarou que o surto do novo coronavírus (2019-nCoV) constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional. Essa decisão aprimora a coordenação, a cooperação e a solidariedade global para interromper a propagação do vírus.

De acordo com o Regulamento Sanitário Internacional, a Emergência Internacional é “um evento extraordinário que pode constituir um risco de saúde pública para outros países devido a disseminação internacional de doenças; e potencialmente requer uma resposta internacional coordenada e imediata”.

É a sexta vez na história que uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional é declarada. As outras foram:
• 25 de abril de 2009 – pandemia de H1N1
• 5 de maio de 2014 – disseminação internacional de poliovírus
• 8 agosto de 2014 – surto de Ebola na África Ocidental
• 1 de fevereiro de 2016 – vírus zika e aumento de casos de microcefalia e outras malformações congênitas
• 18 maio de 2018 – surto de ebola na República Democrática do Congo

Perguntas e respostas

Quais são os sintomas de alguém infectado com o coronavírus?
Depende do vírus, mas há sintomas comuns como febre, tosse e dificuldade de respirar. Em casos mais graves, a infecção pode causar pneumonia, síndrome respiratória aguda grave, insuficiência renal e até morte.

Os coronavírus podem ser transmitidos de pessoa para pessoa?
Sim, alguns coronavírus podem ser transmitidos de pessoa para pessoa, geralmente após contato próximo com um paciente infectado, por exemplo, em casa, no local de trabalho ou em um centro de saúde.

Existe uma vacina para um novo coronavírus?
Não. Quando uma doença é nova, não há vacina até que uma seja desenvolvida e isto pode demorar alguns anos.

Existe um tratamento para um novo coronavírus?
Não existe tratamento específico para a doença causada por um novo coronavírus, mas muitos dos sintomas podem ser tratados. As opções terapêuticas dependem do estado clínico de cada paciente. O tratamento dos sintomas nas pessoas infectadas pode ser muito eficaz.

O que posso fazer para me proteger?
As recomendações para reduzir a exposição a uma série de infecções e para não as transmitir são:
• Lave as mãos com água e sabão ou com desinfetantes para mãos à base de álcool;
• Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com um tecido – jogue fora o tecido imediatamente e higienize as mãos;
• Se tiver febre, tosse e dificuldade de respirar, procure atendimento médico assim que possível e compartilhe seu histórico de viagens com o profissional de saúde;
• Evite contato próximo sem proteção adequada com qualquer pessoa com sintomas semelhantes aos da gripe ou resfriado;
• Cozinhe bem a comida, especialmente carne e ovos;
• Evite o consumo de produtos de origem animal crus ou mal cozidos. Carne crua, leite ou órgãos de animais devem ser manuseados com cuidado, para evitar a contaminação cruzada com alimentos não cozidos, conforme as boas práticas de segurança alimentar;
• Se visitar mercados de animais vivos em áreas onde foram notificados casos do novo coronavírus, evite o contato direto sem proteção adequada com animais vivos e com superfícies em contato com esses animais.

Os seres humanos podem ser infectados por um novo coronavírus de origem animal?
Uma série de investigações detalhadas descobriram que o SARS-CoV foi transmitido de civetas para humanos na China em 2002 e o MERS-CoV de camelos dromedários para humanos na Arábia Saudita em 2012. Vários coronavírus conhecidos estão circulando em animais que ainda não infectaram humanos. À medida que a vigilância melhora no mundo, é provável que mais coronavírus sejam identificados.

Recomendações da OPAS/OMS

Para a população em geral: a OPAS/OMS recomenda reduzir a exposição e transmissão de uma variedade de doenças praticando a higiene respiratória e das mãos e seguindo práticas alimentares seguras.

Para trabalhadores de saúde: esteja atento a pessoas com histórico de viagens para a China que tenham febre e sintomas respiratórios. Se você é um profissional de saúde que cuida de um paciente com 2109-nCoV, cuide-se e siga os procedimentos recomendados para prevenção e controle de infecção.

Para pessoas que podem ter infecção por 2019-nCoV: siga as orientações da OMS sobre como reduzir o risco de espalhar a doença para outras pessoas. Ao tossir ou espirrar, cubra a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com um tecido – jogue fora o tecido imediatamente e higienize as mãos; lave as mãos com água e sabão ou com desinfetantes para mãos à base de álcool; se tiver febre, tosse e dificuldade de respirar, procure atendimento médico assim que possível e compartilhe seu histórico de viagens com o profissional de saúde.

Para viajantes: mantenha-se atualizado com os avisos de saúde de viagens da OMS relacionados a esse surto.

Para profissionais de laboratório: mantenha-se atualizado sobre as informações a respeito de testes.

 

 

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