São Luís: prefeitura amplia prevenção ao coronavírus para moradores de rua

pessoas ema tendimento médico
Foto: A.Baeta/Agência São Luís.

Cerca de 40 pessoas em situação de rua foram atendidas pela Prefeitura de São Luís no primeiro dia de funcionamento, nesta sexta-feira (27), do alojamento provisório montado pela Prefeitura em parceria com o Governo do Estado nas dependências do Estádio Castelão. Esta ação soma-se a outras implementadas pela gestão do prefeito Edivaldo Holanda Junior no sentido de acolher e prestar assistência à saúde a moradores em situação de rua neste período de prevenção a infecções respiratórias, a exemplo do novo coronavírus (Covid-19) e a gripe Influenza/H1N1.

Todos os que chegaram ao Castelão passaram por exames clínicos preliminares, como aferição da pressão arterial e entrevistas de saúde para coleta de dados sintomáticos e sobre históricos de doenças anteriores. Todos receberam kits de higiene pessoal, puderam tomar um banho e se acomodaram nos alojamentos, onde vão receber refeições e cuidados de equipes de profissionais na área psicossocial e psiquiátrica, enquanto permanecerem nos alojamentos.

“Estamos atuando em várias frentes de trabalho para enfrentar esta situação que se alastra pelo mundo todo, mas com as providências corretas poderemos proteger a nossa população de maiores riscos à saúde. Seguindo as orientações das autoridades de saúde, aconselhamos a todos que puderem a ficar em casa e, no caso dos moradores em situação de rua, estamos mobilizando as nossas equipes para oferecer acolhimento social e ações de saúde com dignidade e conforto nos locais de abrigo disponíveis”, ponderou o prefeito Edivaldo.

As ações de acolhimento para abrigos foram iniciadas pela gestão do prefeito Edivaldo na quinta-feira (26), com encaminhamento de pessoas para a unidade da Vila Luizão. Nesta sexta, as abordagens foram feitas por equipes da Secretaria Municipal da Criança e Assistência Social (Semcas) e da Secretaria Municipal de Saúde (Semus), além da Guarda Municipal. Participaram ainda da ação o Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR), Delegacia de Costumes e Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) da Secretaria de Estado da Saúde.

Os trabalhos começaram na região do Centro, incluindo a área do Mercado Central, Praia Grande e Aterro do Bacanga. A ação foi realizada em duas partes: a primeira delas consistiu no trabalho de campo, identificando os locais onde estão estas pessoas e realizando abordagens educativas aos mesmos já que o acolhimento não é compulsório. Nesta etapa, profissionais da assistência social e da saúde explicaram a importância do acolhimento e transferência para local seguro. 

Os moradores que aceitaram a ajuda foram encaminhados para o Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop) da região central e, após, para o alojamento no Estádio Castelão, onde foram separados por perfil. No total, o espaço (que obedece aos requisitos de segurança elaborados pelos órgãos mundiais de saúde) tem capacidade para receber simultaneamente até 100 pessoas. Nesta fase inaugural, cerca de 40 pessoas foram atendidas e a meta é manter o trabalho nas próximas semanas. No Estádio Castelão foram montados cerca de 280 leitos, distribuídos em 40 quatros, cada um deles equipados com camas do tipo beliche e também treliches. 

"O momento exige muitos desafios e atuação conjunta do poder publico. Conseguimos cumprir o prazo estabelecido pela dedicação da nossa equipe e pelo conjunto de instituições que têm atendido nossas solicitações e cooperado para o enfrentamento dessa situação tão delicada. Mas é preciso explicar que não faremos acolhimentos compulsórios. Nossas equipes estão trabalhando na sensibilização desse público, para que ele atenda ao pedido acolhimento", explicou a gestora da Semcas, Andréia Lauande.

PROTEÇÃO

Durante o trabalho, os profissionais envolvidos usaram máscaras cirúrgicas, luvas, gorros e outros equipamentos de proteção individual. Para o secretário de Saúde de São Luís, Lula Fylho, a preocupação com as pessoas em situação de vulnerabilidade social é uma prioridade da gestão do prefeito Edivaldo. “Além do atendimento periódico, feito por nossas equipes do Programa Consultório na Rua, decidimos realizar este trabalho específico a estas pessoas que, por contingências da vida e problemas pessoais, pararam nas ruas. É obrigação do poder público dar apoio e assistência médica e social”, frisou. 

“Moro na rua há 30 anos. Ganho a vida vendendo artesanato e hoje estou aqui, no Castelão, em busca de abrigo para estes dias. Fui abordado por assistentes sociais da Prefeitura, pelas ruas do Centro e decidi aceitar a ajuda oferecida”, declarou Tito Sá Barreto, que frequenta o Centro Pop há cerca de três anos em busca dos serviços assistenciais oferecidos pela Prefeitura.

Damião Costa Santos, também aceitou o convite e acomodou-se em um dos alojamentos do Castelão. “É melhor aqui com a ajuda que estamos recebendo, do que na rua sozinho”, ponderou.

ESTRATÉGIA

Integrante do plano de contingência para assegurar o acolhimento de moradores em situação de rua, também foi mobilizada uma unidade da Semcas no bairro Vila Luizão, que já está em funcionamento, além dos alojamentos do Estádio Castelão. O principal objetivo da ação é diminuir a circulação dessas pessoas nas ruas e, assim, evitar o aumento da contaminação de infecções respiratórias como a Covid-19.

Nos locais de acolhimento, são feitas avaliações individuais para identificar sintomas como tosse, dor na garganta, coriza e falta de ar. Para casos considerados suspeitos, sugestivos para a Covid-19, as pessoas serão encaminhadas para o Centro de Testagem de Referência do Governo do Estado no Diamante ou para o Centro da Beira-Mar. As pessoas em situação de rua que testarem positivo para a Covid-19 serão transferidas para as unidades provisórias de acolhimento que comportem o isolamento.

Com informações da Prefeitura de São Luís.

Compartilhe
Conteudo Relacionado