
Maior eficiência nas comunicações de sensores e redes usadas para análise de dados em cidades inteligentes, melhorando o bem-estar das populações; impulso significativo na acurácia para produção de novos fármacos, em meios de diagnósticos e tratamentos de doenças, e otimização da proteção de sistemas financeiros. Esses são alguns dos impactos positivos na cibersegurança com a rápida evolução da computação quântica, conhecimento que permite a resolução de problemas complexos, não solucionados pelas máquinas atuais.
Por outro lado, a mesma tecnologia desperta a criatividade de cibercriminosos, afirma Gabriel Gomes de Oliveira, membro do Instituto de Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade. Hoje, crimes de ransomware (sequestro de dados) e DDoS (Distributed Denial of Service, que deixa um site ou serviço indisponível) com o objetivo de pedir resgate, geralmente em criptomoedas, são constantes e cada vez mais arquitetados.
Quebras de criptografias vigentes e ataques retrospectivos (coleta de dados criptografados agora para acessá-los adiante) são emergentes cenários que as múltiplas áreas da ciência e da economia, especialmente da indústria, da saúde e das finanças, terão que lidar em curto e médio prazos, a partir do avanço da computação quântica, segundo Oliveira. A computação quântica, que usa métodos de entrelaçamento e superposição de dados, poderá oferecer um nível de cibersegurança sem precedentes, teoricamente invulnerável a ataques de interceptação.
"Com milhões de pessoas no mundo usando, simultaneamente, redes de internet e satélites, há uma vulnerabilidade crescente na proteção de sistemas e processos, em incontáveis atividades. Precisamos estar preparados. A segurança cibernética não se limita a empresas ou governos, ela afeta diretamente o cotidiano dos indivíduos em diversas situações", enfatiza Oliveira, professor colaborador da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC-Unicamp) e pesquisador do CTI Renato Archer/CNPq, ressaltando que a transição para a segurança quântica é complexa, exigindo investimentos expressivos e a modernização contínua de sistemas e algoritmos.
Daí a necessidade de as empresas e as organizações estarem preparadas. Para o membro IEEE, é premente fazer um maior investimento na formação de novos profissionais especializados em computação quântica, agregando, assim, ao contexto brasileiro os avanços, com soluções eficientes e sustentáveis, dessa tecnologia. Na atualidade, há uma escassez crítica de talentos em cibersegurança no mundo, segundo dados do IEEE.
Sobre o IEEE
O IEEE é a maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia em benefício da humanidade. Seus membros inspiram uma comunidade global a inovar para um futuro melhor por meio de seus mais de 420.000 membros em mais de 160 países. Suas publicações, conferências, padrões de tecnologia e atividades profissionais são recomendadas por diversos especialistas. O IEEE é a fonte confiável para informações de engenharia, computação e tecnologia em todo o mundo.