Visando a sensibilização dos profissionais da área de saúde e outros que convivem com pacientes portadores de hemofilia e anemia falciforme, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Maranhão (Hemomar) iniciou, nesta quinta-feira (2), uma capacitação de profissionais em serviços de hemoterapia, no Hotel Saint Louis, em São Luís. O evento capacitará 139 profissionais, entre médicos, enfermeiros, odontólogos, assistentes sociais, professores e familiares de pacientes, da capital e do interior do estado.
Serão discutidos assuntos que tratam desde a hemofilia e a anemia falciforme de uma forma geral, até casos específicos no atendimento de emergência dos portadores, como o manejo da crise de dor no paciente falciforme e complicações hemorrágicas em pacientes com hemofilia. "São patologias sobre as quais os profissionais, de modo geral, não possuem muito conhecimento, pois na própria formação pouco tempo é dispensado para o estudo das doenças do sangue", explicou Dario Itapary, diretor geral do Hemomar.
Ele ressaltou, ainda, a importância desse tipo de treinamento com aqueles que lidam diretamente com os portadores das duas doenças. "Os pacientes hemofílicos e falcêmicos são especiais na medida em que eles têm, por conta da natureza de suas doenças, situações de urgência que precisam ser conhecidas e reconhecidas a tempo para que se possa tomar medidas terapêuticas adequadas", explicou Dario Itapary. As oficinas estão sendo direcionadas a cada tipo de profissional, tratando especificadamente sobre o papel dele no tratamento da doença.
A enfermeira Carmem Rodrigues, do Hospital Universitário da Unicamp, uma das palestrantes no evento, destacou que esse tipo de capacitação é importante para todos os profissionais da área. "É fundamental que todas as pessoas envolvidas com o cuidado dos portadores de anemia falciforme e hemofilia estejam extremamente capacitadas, entendendo o que é ter essa doença crônica, pois é uma doença com a qual vão conviver por toda a vida", explicou.
A Hemomar voltou, nos últimos anos, a sua atenção cada vez mais à assistência de pacientes com doenças hematológicas. "Vamos partir para a formação de equipes multiprofissionais nos hemonúcleos no interior do Maranhão para que se possa atender melhor essa população em seus próprios municípios, ou nos municípios próximos onde há hemonúcleos, para que tenham um socorro mais rápido nas complicações agudas de ambas as doenças", disse Dario Itapary.
Essa descentralização no atendimento é um dos objetivos do Ministério da Saúde quanto ao tratamento de hemofílicos e falcêmicos. "É preciso que ele tenha acesso ao posto de saúde mais próximo de sua casa para ter atendimento em situações de emergências e, para isso, ele precisa encontrar profissionais capacitados", enfatizou Carmem.
Atualmente, existem cadastrados no Hemomar 175 hemofílicos e 850 portadores de anemia falciforme no Maranhão.
