Na tarde desta segunda-feira (25), primeiro dia do Teste Público de Segurança (TPS) 2019 do Sistema Eletrônico de Votação, quatro grupos de investigadores e um investigador individual começaram a executar seus planos de ataque à urna eletrônica. Promovido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o evento prossegue até esta sexta-feira (29), no edifício-sede da Corte Eleitoral, em Brasília.
As primeiras horas do teste foram utilizadas basicamente para a preparação das estações de trabalho e o acesso dos participantes aos componentes internos e externos do sistema eletrônico de votação, incluindo o hardware da urna e seus softwares embarcados.
Representando a Comissão Reguladora, o TPS 2019 foi aberto oficialmente pelo assessor da Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE, Elmano Amâncio, que destacou a importância da participação popular no processo eleitoral brasileiro. “O TPS simboliza a participação e a contribuição da sociedade para o aprimoramento do nosso sistema eleitoral, ao buscar falhas ou vulnerabilidades no sistema eletrônico de votação”, afirmou.
Até esta sexta (29), a quinta edição do TPS reunirá, ao todo, três investigadores individuais e cinco grupos de investigadores, que tentarão executar 13 planos de teste nos softwares e hardwares da urna e equipamentos relacionados. Dois participantes individuais e um grupo, que não participaram dos testes de hoje, devem executar seus planos nos próximos dias.
Planos
Especialista em Tecnologia da Informação e membro da Polícia Federal, Ivo de Carvalho Peixinho integra o Grupo 5, cujo plano consiste na intenção de extrair senhas e configurações para se conectar diretamente à rede do TSE e acessar o banco de dados e suas rotinas. “Nosso plano é bastante amplo e inclui a tentativa de acessar e modificar programas de criação e preparação de dados gravados nas urnas eletrônicas. Para tanto, vamos utilizar até o último segundo do TPS para executar nossos planos”, ressalta.
Leonardo de Almeida Ramos, integrante do Grupo 2, que vai tentar capturar sinais elétricos capazes de alterar a configuração da urna eletrônica, admite que tentar quebrar a segurança do sistema de votação é um grande desafio. “É estimulante e enriquecedor poder participar do teste público e colaborar para a melhoria do processo eleitoral”, diz.
Nenhum resultado contra a urna eletrônica foi alcançado pelos investigadores neste primeiro dia de teste.
Nova rodada
Caso sejam apontadas vulnerabilidades a serem corrigidas, uma nova rodada de testes será realizada entre os dias 27 e 29 de abril de 2020, para confirmação das soluções implementadas pelo TSE, com a participação dos investigadores que as tiverem sugerido.
Cientista da área de Segurança da Informação do Instituto de Estudos Avançados do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial e integrante da Comissão Avaliadora do TPS, Osvaldo Catsumi Imamura participou de todas as edições do evento. Para ele, a edição deste ano traz um diferencial: a amplitude dos planos de ataque. “Desta vez, as propostas cobrem muito mais tentativas de descobrir uma porta que não tenha sido bem fechada pelo TSE. E isso é muito bom, pois a Justiça Eleitoral deve estar sempre preparada para reagir aos avanços tecnológicos e garantir que a eleição estará sempre segura”, destaca.
O teste de 2019 ocorre das 9h às 18h, no 3º andar do edifício-sede do TSE, e é aberto a todos os interessados em acompanhar os trabalhos, sem a necessidade de inscrição prévia. O teste fortalece a confiabilidade, a transparência e a segurança da captação e da apuração dos votos, além de propiciar melhorias constantes no processo eleitoral.
Com TSE.