Pandemia é agravante para queda em denúncias de casos de feminicídios

Pandemia é agravante para queda em denúncia de casos de feminicídios
Foto: reprodução

O contexto de pandemia foi um fator de grande impacto no aumento da violência contra a mulher. Segundo dados divulgados no relatório da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão (CEMULHER /TJMA), no estado, em 2020, foram contabilizados 60 crimes de feminicídios, em comparação aos 48 casos de 2019.

De acordo com dados da Casa da Mulher Brasileira, até maio deste ano foram expedidas 1.152 medidas protetivas de urgência, pela 2ª Vara de São Luís; 1.990 Boletins de Ocorrência registrados na Delegacia da Mulher de São Luís e 17.308 atendimentos dos órgãos que compõem a Casa da Mulher Brasileira. No caso do número de mulheres que perderam a vida com os crimes tipificados como feminicídio, este ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, registrou-se um número menor.

No Brasil, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2020, houve uma diminuição dos registros de denúncias dos casos de violência doméstica contra a mulher, tendo em vista a dificuldade de acesso aos mecanismos de denúncia e rede de proteção no contexto pandêmico. "Embora a gente se mantenha no período pandêmico, no ano passado a gente teve mais restrições de ir e vir, o que fez com que as mulheres ficassem mais tempo dentro de casa com os agressores. Outra situação é a questão do desemprego, as mulheres deixaram de ter razões para sair de casa, o que fez com que elas não conseguissem efetuar as denúncias. O desemprego atingiu mais as mulheres do que os homens nesse período, por diversas situações, inclusive pelo fato das mulheres abrirem mão do emprego para poder cuidar da saúde da família", comentou Susan Lucena, diretora da Casa da Mulher Brasileira.

Fatores como desemprego, uso de álcool e drogas contribuem para os casos de violência doméstica, mas o principal, é o sentimento de posse. Para proteger e amparar as mulheres vítimas de violência desde o ano passado foram criadas estratégias para possibilitar que as vítimas pudessem pedir ajuda.  Alguns mecanismos como a criação do Departamento de Feminícidio, da Patrulha Maria da Penha, de casas da Mulher Brasileira no estado, Delegacia Online, são exemplos de projetos que ajudam nessa rede de enfrentamento.

A subnotificação dos casos de violência contra mulher é recorrente e preocupante. Somente 10% dos casos denunciados, e estupro são de que mulheres demoram em média 7 anos para conseguir denunciar casos de violência.

Veja mais detalhes na reportagem de Eduardo Pinheiro:

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