O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) determinou, nesta quarta-feira (22), abertura de inquérito da Polícia Federal (PF) para investigar o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, em março de 2018 na capital fluminense.
Passados quase cinco anos do crime, ainda não se sabe a motivação e os mandantes do duplo homicídio. No despacho de abertura do inquérito, a PF apurará "todas as circunstâncias que envolveram a prática do crime" previamente identificado, além de outros que "porventura forem constatados no curso da investigação".
Em suas redes sociais, o ministro Flávio Dino afirmou que há um esforço máximo para ajudar nos esclarecimentos. "A fim de ampliar a colaboração federal com as investigações sobre a organização criminosa que perpetrou os homicídios de Marielle e Anderson, determinei a instauração de Inquérito na Polícia Federal. Estamos fazendo o máximo para ajudar a esclarecer tais crimes", escreveu o ministro em sua conta no Twitter.
Dois presos
Até agora, apenas duas pessoas estão presas pelo duplo assassinato: o policial militar reformado Ronnie Lessa e o ex-policial militar Élcio Queiroz. Eles foram presos preventivamente, aguardando serem julgados por júri popular, após serem denunciados pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como os executores dos assassinatos de Marielle e Anderson.
O inquérito da Polícia Federal é um processo interno e não há prazo para ser concluído. Por ser uma investigação sigilosa, o MJSP não dará detalhes até a conclusão.
Essa vai ser a primeira vez que a Polícia Federal vai investigar o caso. Em 2018, chegou a ser aberto um inquérito da PF, na gestão do então ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, para investigar suspeitas de que uma organização criminosa estaria atuando com o objetivo de atrapalhar as investigações do assassinato da vereadora.