Uma chuva com ventos fortes assustou moradores da região da Forquilha e Cidade Operária, na tarde de segunda-feira (13), em São Luís. A chuva forte durou aproximadamente 30 minutos, com ventos intensos na área.
O núcleo de Jornalismo da TV Cidade/Record TV recebeu diversos vídeos de pessoas que estavam na região da Forquilha, mostrando a força dos ventos que derrubaram uma torre, postes e fizeram telhas voarem, além de moverem violentamente os galhos das árvores.
A situação aconteceu por volta das 14h, assustou e despertou curiosidade nos moradores.
Abaixo um vídeo que mostra um exemplo da força do vento.
Assista:
Alguns clientes de uma loja de materiais de construção na Forquilha também registraram o vento movendo as árvores com muita força. Neste mesmo vídeo, é possível ver o momento em que uma torre cai, à direito do vídeo.
Veja abaixo:
A rede elétrica da área também foi afetada. Em nota a Equatorial Maranhão disse que a rede de energia elétrica foi danificada principalmente por conta de diversos objetos arremessados sobre as redes ao longo da Avenida Guajajaras, inclusive uma torre de telefonia.
Equipes de manutenção da concessionária foram acionadas para substituir oito postes quebrados e reconstruir as redes de distribuição danificadas. Imóveis ficaram sem energia elétrica nos bairros: Forquilha, João de Deus, Cohab Anil, Cohatrac, Aurora, Planalto, Cruzeiro do Anil, Angelim, Novo Angelim e áreas adjacentes.
O FENÔMENO
De acordo com os especialistas esta deve ser uma rajada de vento, parecida com a que, na última segunda-feira (6), assustou os moradores da área do Coroadinho. Os ventos fortes destelharam casas e fizeram tampas de caixas d’água voarem.
Naquele dia a TV Cidade conversou com o meteorologista Carlos Márcio de Aquino Eloi, do Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambinetal da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), explicou que uma rajada de vento causou o destelhamento das casas.
“A rajada de vento é a intensidade máxima que o vento alcança em um determinado intervalo de tempo, isso faz com que a sua velocidade seja em grande parte das vezes bem superior a velocidade média do vento”, explicou o especialista.
A chuva e vento forte aconteceram por conta de uma formação local de nuvens de tempestade, chamadas de Cumulonimbus. O vento forte é comum a este tipo de nuvem que além desses efeitos pode causar também turbulência em aeronaves e descargas elétricas e trovoadas.
“As nuvens Cumulonimbus são muito comuns na Ilha principalmente durante a estação chuvosa e, sobretudo por conta da presença da Zona de Convergência Intertropical que é formada por uma série de nuvens dessas”, disse Carlos.
Diferenças térmicas entre o oceano e a cidade favorecem a força das brisas e da entrada de umidade para a Ilha favorecendo a formação dos efeitos observados em São Luís.
"As nuvens também podem ocorrer durante a estação de transição e na estação chuvosa, sobretudo quando ocorrer o contraste térmico acentuado entre o oceano Atlântico e a Ilha de São Luís. isso quer dizer, um mais aquecido do que o normal em relação ao outro”, explicou o meteorologista.
O meteorologista disse ainda que no mês de junho começou o período de transição da estação chuvosa para a seca. Durante este período as características próprias de cada estação passam a se confundir, como os dias chuvosos em intervalos de vários dias secos e com sol.
Os ventos fortes foram percebidos em outros pontos da cidade, mas com menor intensidade. De acordo com Carlos Eloi, as rajadas de vento como as vistas nesta semana, são consequência da geografia de São Luís, com ventos mais fortes próximos à costa marítima.
“Na Ilha em sua maioria os ventos e rajadas de vento decorrem dos efeitos de brisa, o que se deve a nossa geografia de Ilha cercada pelo Oceano, e que a intensidade do vento tende a ser maior próxima a faixa litorânea e menor nas áreas mais afastadas por conta das construções no caminho do vento como edifícios etc, que funcionam como quebra vento e desaceleram a sua intensidade”, disse.