Covid-19: mundo deve atingir 10 milhões de casos na próxima semana

Covid-19: mundo deve atingir 10 milhões de casos na próxima semana
Foto: Reprodução/ONU News.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, estima que com 1 milhão de novos casos de Covid-19, por semana, o mundo deve precisar de 620 mil metros cúbicos de oxigênio, o equivalente a 88 mil cilindros para responder à pandemia. 

A informação foi dada pelo diretor-geral da agência durante uma entrevista a jornalistas, nesta quarta-feira, após a publicação de estudos sobre o tratamento da doença.

Casos severos

Tedros Ghebreyesus contou que os pacientes graves precisam de altas concentrações de oxigênio para sobreviver.  Sem esse tratamento, os casos severos da pandemia terminam comprometendo o funcionamento dos órgãos e das células e por fim, causando a morte do paciente.

Muitos países estão com dificuldade para comprar os estoques de oxigênio pela escassez no mercado e uma produção ainda tímida.  Tedros afirmou que o mundo deve chegar a 10 milhões de casos de Covid-19 já na próxima semana. Até esta quinta-feira, foram registrados 9.129.146 casos de Covid-19 e 473.797 mortes em 216 países e territórios. 

A OMS contou que iniciou a licitação de outros equipamentos médicos que podem detectar o nível de oxigênio no sangue para despachar aos países mais carentes, e que podem ser usados para testagem.

América Latina

Ao ser perguntado sobre a situação na América Latina e a possibilidade de que o número de mortes ultrapasse a casa de 120 mil, o diretor-executivo de emergências da OMS, Michael Ryan, afirmou que não é possível prever o total de óbitos, mas que a região sim está ainda sofrendo com transmissões comunitárias e a um ritmo alto de novas infecções, mas Ryan alerta que em muitos países, a situação das novas contaminações ainda não atingiu o pico, e que é importante que os governos mantenham uma comunicação clara com os cidadãos sobre proteção e resposta além de um investimento robusto em saúde pública para manter testagem, isolamento e quarentenas.

Influenza e Sars nas Américas

Já a médica Maria Van Kerkhove contou que a Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, informou que 30% a 40% dos testes sobre suspeitas de Covid-19 resultam em doenças respiratórias tipo influenza e como Sars, a Síndrome Respiratória Aguda Grave, e não Covid-19. Ela lembrou que a parte sul da região vive a estação de gripe do tipo influenza, mas que esse quadro preocupa.

Michael Ryan foi perguntado sobre quando o Brasil chegaria ao ponto máximo de contaminações. O médico explicou que o vírus não age sozinho, mas que explora falhas como falta de informação e de vigilância sanitária e outros pontos fracos. Nesse caso, para ele, o momento máximo de novos casos, conhecido como o pico, tem a ver com as medidas que os governos tomam para controlar a doença.

Vacina 

Ao comentar a reabertura de economias, em várias partes do mundo, Ryan, falou do sacrifício que muitos países fizeram assim como as populações. Para ele, as autoridades devem continuar incluindo as pessoas e as comunidades na prevenção da doença, isolando casos quando confirmados, porque não existe uma solução mágica para conter a propagação da pandemia. 

Ryan disse que todos devem se perguntar sobre o que foi aprendido nos últimos seis meses em que o mundo teve que enfrentar a pandemia. Para ele, todos esperam que uma vacina possa ser produzida para remediar a situação, mas ainda não dá para contar com a imunização e por isso é necessário usar todas os recursos que existem para responder à doença. 

Fonte: ONU News.

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