Maranhão mostra tendência de alta de Covid-19, diz pesquisa

Fiocruz: Maranhão mostra tendência de alta de Covid-19, diz pesquisa
Foto: ONU/Loey Felipe.

Divulgado nesta quinta-feira (13), o novo Boletim InfoGripe da Fiocruz aponta que o Maranhão e mais três estados brasileiros (Amazonas, Mato Grosso do Sul e Tocantins) apresentam tendência de crescimento no número de casos e óbitos por Covid-19 e nas incidências de Síndrome Respiratória Agudas Grave (SRAG). Do total de 27 estados no país, 16 mostram sinais de queda nesses mesmos indicadores. Diversos desses estados, porém, ainda estão com valores similares ou até mesmo superiores aos picos observados nas taxas ao longo de 2020.  

Segundo à análise, referente à Semana Epidemiológica (SE) 18, período de 2 a 8 de maio, há indícios de interrupção da tendência de queda nos números no Amapá, Bahia, Mato Grosso, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul e Sergipe. Já o Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Rio Grande do Norte e São Paulo apresentam tendência de estabilização desses valores. 

O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do sistema Infogripe, alerta que este cenário reforça a importância de cautela em relação às medidas de flexibilização das recomendações para redução da transmissão da Covid-19.  Gomes destaca que a retomada das atividades de maneira precoce pode levar a um quadro de interrupção da queda ainda em valores muito distantes de um cenário de segurança. 

“Tal situação, caso ocorra, não apenas manterá o número de hospitalizações e óbitos em patamares altos, como também manterá a taxa de ocupação hospitalar em níveis preocupantes. Portanto, essas medidas devem ser adotadas até que a tendência de queda seja mantida por tempo suficiente para que o número de novos casos atinja valores significativamente baixos”, afirma Gomes. 

infogripe

Capitais e Distrito Federal

O novo Boletim indica que três das 27 capitais apresentaram sinal de crescimento até a SE 18: Manaus (AM), Porto Alegre (RS) e Palmas (TO). Foi verificada tendência de estabilização em Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Macapá (AP), Salvador (BA), São Luís (MA), Teresina (PI), Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Goiânia (GO), Goiânia (GO), Natal (RN), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio Branco (AC), São Paulo (SP) e Vitória (ES). 

“Esse cenário, assim como alertado para alguns estados, sinaliza que algumas capitais dão indícios de interrupção de queda ainda em patamares extremamente elevados, em curto e longo prazo”, reforça o pesquisador.

Macrorregiões de saúde

Em 13 estados brasileiros, observa-se ao menos uma macrorregião de saúde (conjunto de municípios que compartilham recursos de saúde na rede SUS) com sinal de crescimento nas tendências de curto ou longo prazo: Amazonas, Pará, e Tocantins no Norte; Bahia, Maranhão, Pernambuco, e Piauí no Nordeste; São Paulo no Sudeste; Distrito Federal e Goiás no Centro-Oeste; e Paraná, Rio Grande do Sul, e Santa Catarina no Sul.

Alerta para dados do Mato Grosso

Como já relatado em boletins anteriores, foi identificada diferença significativa entre as notificações de SRAG no Mato Grosso registradas no Sistema de Informação de Vigilância de Gripe (Sivep-Gripe) e nos registros apresentados no sistema próprio do estado.  

Aumento de casos de outros vírus respiratórios

O Boletim chama atenção ainda para o aumento no número de casos de vírus sincicial respiratório (VSR). Foram registrados cerca de 200 novos casos semanais entre as semanas 7 a 13 de 2021 (14 de fevereiro a 3 de abril), atingindo 340 casos confirmados referentes à SE 11. Este aumento foi verificado em todas as regiões do pais, sendo que as regiões Sudeste e Centro-Oeste são as que apresentam a maior incidência acumulada até o momento. 

“Nem todas as unidades federais estão conseguindo manter a testagem do painel de vírus respiratórios para todos os casos negativos para Sars-CoV-2. É importante o alerta para todo o país em relação a isso. O aumento de casos confirmados de vírus respiratório pode estar associado ao relaxamento das medidas de distanciamento, que também levou ao aumento explosivo nos casos de Covid-19”, alertou Gomes.

Em termos de faixa etária, os casos de SRAG com confirmação para vírus respiratórios apresentam mediana de 0 ano e intervalo de confiança a 90% entre [0 – 7] anos de idade, enquanto a mediana para o total de casos de SRAG referentes ao ano de 2021 é de 60 anos [8 – 86]. Também foi observada presença de casos confirmados para rinovírus, com uma média de aproximadamente 40 casos semanais em 2021 e distribuição etária com mediana de 8 anos [0 – 85].

Fonte: Fiocruz.

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