Enfrentando um calor de mais de 30 graus e usando luvas, máscaras e sacos de lixo, um grupo de 60 brasileiros e venezuelanos se uniu para limpar as margens do igarapé.
No meio do Parque do Mindu, localizado em Manaus, capital do Amazonas, o grupo recolheu uma tonelada de lixo das águas que desembocam na maior bacia hidrográfica do mundo.
Igarapés Limpos
A iniciativa “Igarapés Limpos” promove mutirões de limpeza às margens dos rios da bacia amazônica.
Um venezuelano de 70 anos foi um dos que trabalharam o dia todo para coletar o lixo que encheu dezenas de sacos com plástico, papel, materiais de borracha, metal e até equipamentos eletrônicos. Ele disse que “poder ajudar pessoas, especialmente refugiados que têm muitas necessidades” o motiva. E assim, “também colaborar com o país” que o acolheu.
De acordo com a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, em média, cada pessoa removeu 17 kg de resíduos durante a ação. Uma venezuelana que também participou, contou que ao contribuir sentiu que está “mudando alguma coisa, fazendo parte de algo que gera transformação.”
Convivência
O Acnur e organizações parceiras, com o apoio financeiro da União Europeia, tem contribuído com a resposta ao fluxo venezuelano no norte do Brasil.
Projetos como o “Igarapés Limpos” têm o objetivo de promover a autonomia de venezuelanos, assim como facilitar a convivência com a comunidade anfitriã.
A encarregada de proteção do Acnur, Raquel Casellato, destaca a importância dos esforços coletivos. Ela acredita que é “muito importante incentivar ações que promovam a integração dos refugiados com a comunidade local e a preservação ambiental” e que quando as pessoas se unem, “os resultados são muito mais significativos”.
Segundo a ONU, cerca de 4,3 milhões de refugiados e migrantes da Venezuela estão vivendo fora do país, principalmente na América do Sul. No Brasil, foram apresentados 61,6 mil pedidos de asilo por venezuelanos apenas em 2018, sendo que mais de 17,9 mil foram solicitados no ano anterior.
Com ONU News.