A pneumonia matou mais de 800 mil crianças com menos de cinco anos no ano passado. O número representa a morte de uma criança a cada 39 segundos.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, está entre seis organizações de saúde que soam o alarme sobre a “epidemia esquecida”. Em janeiro, líderes mundiais irão debater o tema na Espanha, no Fórum Global sobre Pneumonia Infantil.
Vítimas
Em nota, a diretora executiva do Unicef, Henrietta Fore, disse que “todos os dias, quase 2,2 mil crianças com menos de cinco anos morrem de pneumonia, uma doença curável e principalmente evitável.”
Para Fore, “um forte compromisso global e o aumento de investimentos são essenciais”. A chefe do Unicef disse que “com intervenções preventivas e tratamentos de baixo custo, se pode salvar milhões de vidas.”
Tratamento
A doença pode ser evitada com vacinas e facilmente tratada com antibióticos de baixo custo. Apesar disso, dezenas de milhões de meninos e meninas não são vacinadas e uma em cada três crianças com sintomas não recebe atendimento médico.
Casos graves também podem precisar de tratamento com oxigênio, que raramente está disponível nos países mais pobres.
O diretor executivo da ONG Save the Children, Kevin Watkins, disse que “esta epidemia global exige uma resposta internacional urgente.” Segundo ele, milhões de crianças estão morrendo por falta de vacinas, antibióticos e tratamento de oxigênio.
Para o especialista, esta crise “é um sintoma de negligência e desigualdades sem defesa no acesso aos cuidados de saúde.”
Regiões
Em cinco países ocorreu mais da metade das mortes: Nigéria, Índia, Paquistão, República Democrática do Congo e Etiópia.
Crianças com sistema imunológico enfraquecido devido ao HIV ou à desnutrição, por exemplo, e aquelas que vivem em áreas com altos níveis de poluição correm um risco maior.
O diretor executivo da Aliança Global para Vacinas e Imunização, Gavi, disse que é “chocante” que esta doença continue a ser a que mata mais crianças em todo o mundo.
Seth Berkley destacou um “progresso forte na última década”, com milhões de crianças nos países mais pobres recebendo a vacina, mas disse que ainda é preciso mais trabalho para garantir o acesso universal.
Bactérias
Os parceiros também apontam o problema do financiamento. Com apenas 3% do investimento em investigação de doenças infecciosas dedicado à pneumonia, os fundos disponíveis ficam muito atrás de outras doenças.
A pneumonia é causada por bactérias, vírus ou fungos e prejudica a respiração da vítima devido a infeções nos pulmões.
Com ONU News.