Nos 50 anos após a primeira celebração do Dia da Mãe Terra, a ONU destaca que os sinais físicos de mudanças climáticas e seus impactos no planeta ganharam ritmo e culminaram no último quinquénio, o mais quente da história.
A Organização Meteorológica Mundial, OMM, prevê que essa tendência continue.
Temperatura
De acordo com as previsões da agência, poderá ocorrer uma subida da temperatura global, especialmente em altas latitudes e regiões subtropicais. O aquecimento será mais lento nos oceanos, principalmente no Atlântico Norte e no Sul.
Em uma importante estação global de observação, os níveis de dióxido de carbono revelaram-se 26% mais altos do que em 1970. A temperatura média global aumentou 0,86 ° C desde então, e está 1,1 ° C acima da era pré-industrial.
Segundo o estudo, a temperatura é apenas um indicador climático. Outros incluem o dióxido de carbono atmosférico, CO2, o calor e acidificação do oceano, o nível do mar, o equilíbrio da massa de geleiras e do gelo marinho do Ártico e Antártico.
O relatório Clima Global 2015-2019 revela que todos eles destacam uma aceleração da mudança climática nos últimos cinco anos.
Covid-19
De acordo com a publicação, a situação causada pela covid-19 “pode resultar em uma redução temporária nas emissões de gases de efeito estufa, mas não substitui a ação climática aplicada de forma sustentada.”
A OMM adverte que se vai tornando mais difícil enfrentar os riscos climáticos e relacionados à água, que se agravam devido às alterações do clima.
De acordo com o estudo, desde a década de 1980, cada década tem sido mais quente que a anterior. O documento destaca a importância de pacotes de estímulo pós covid-19 que ajudem a economia a crescer de forma mais ecológica.
A publicação aponta ainda que crises econômicas anteriores muitas vezes foram seguidas de uma “recuperação” ligada a um crescimento de emissões muito maior que a fase anterior.
Peixes
Para marcar o Dia da Mãe Terra, a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO, apresentou uma pesquisa destacando as principais consequências regionais causadas por cinco tipos de padrão climático.
São as faces do fenômeno El Niño extremo, do Pacífico leste moderado, do Pacífico central moderado, do El Niño costeiro e do fenômeno La Niña, que vêm piorando com os efeitos das mudanças climáticas.
As consequências para a pesca marinha incluem uma possível mudança drástica no volume e nas espécies marinhas dependendo do seu tipo. Embora a maior parte da mudança ocorra na atividade pesqueira do Pacífico Leste, há impactos notáveis em algumas populações de peixes no Atlântico e de forma notável na pesca de atum no Oceano Índico.
A agência espera por uma análise mais aprofundada das populações e tamanhos dos peixes que poderia lançar luz sobre os efeitos a longo prazo, por causa da alteração de habitats e das cadeias alimentares marinhas após o fim do fenômeno.
Fonte: ONU News.