Globalmente, o número de novos casos de Covid-19 relatados à Organização Mundial da Saúde, OMS, está diminuindo há sete semanas. Essa é a sequência mais longa de quedas em sete dias medidas até agora.
Embora os casos semanais sejam os mais baixos desde fevereiro, as mortes não estão caindo tão rapidamente. O número de óbitos relatados na semana passada foi semelhante ao do período anterior.
Preocupação
Falando a jornalistas em Genebra, o diretor-geral da agência, Tedros Ghebreyesus, contou que “o declínio global oculta um aumento preocupante de casos e mortes em muitos países.”
A alta acentuada na África é especialmente preocupante, porque é a região com menos acesso a vacinas, diagnósticos e oxigênio.
Um estudo recente, publicado na revista científica The Lancet, mostrou que a África tem a maior taxa de mortalidade entre pacientes criticamente doentes, apesar de ter menos casos relatados do que a maioria das outras regiões.
Além disso, os dados disponíveis sugerem que as novas variantes estão aumentando os níveis de transmissão, aumentando os riscos para as pessoas que não estão protegidas, que é a maior parte da população mundial.
Vacinas
Para Tedros, isso é preocupante porque, no momento, “o vírus está se movendo mais rápido do que a distribuição global de vacinas.”
No encontro do G-7 do último fim de semana, o chefe da OMS informou que, para acabar com a pandemia em 2022, o objetivo comum deve ser vacinar pelo menos 70% da população até o próximo encontro destes países.
Para isso acontecer, são necessários 11 bilhões de doses. Tedros afirmou que os países do G-7 e do G-20 podem fazer isso acontecer.
Ele destacou os compromissos feitos no encontro, mas disse que é preciso “mais e mais rapidamente."
Tedros contou que existem doses suficientes em todo o mundo para reduzir a transmissão e salvar muitas vidas, mas elas precisam ser usadas nos lugares certos, para as pessoas certas, com prioridade para trabalhadores de saúde pessoas em maior risco.
Avaliação
Nos países do G-7, por exemplo, as altas taxas de vacinação ajudaram a reduzir os casos e mortes para níveis quase recordes. Mas a maioria dos países continua a depender de medidas de saúde pública e sociais.
Tedros alertou que, com o surgimento de variantes mais transmissíveis, as medidas de saúde pública e sociais podem precisar ser mais rigorosas e aplicadas por mais tempo, em áreas com taxas de vacinação baixas.
Para melhorar a base de evidências sobre a eficácia das medidas sociais e de saúde pública, a OMS está coletando dados em todo o mundo sobre os quais as medidas são usadas e o nível em que são aplicadas.
Além disso, a agência está trabalhando com vários países e grupos de modelagem para avaliar o impacto de medidas sociais e de saúde pública na transmissão da Covid-19.
A OMS criou ainda um novo grupo de trabalho, com o apoio da Noruega, para estudar o impacto da saúde pública e medidas sociais e outras emergências de saúde.
Fonte: ONU News.