A capacidade de ver o mundo em um amplomundo de cores é mais do que apenas um maravilhoso dom, é um mecanismo de sobrevivência que evoluiu com os humanos de modo a identificar as ameaças e os alimentos. Mas a visão das cores também nos ajuda a ler uns aos outros.
A pesquisa feita pelo neurobiólogo Dr. Mark Changizi por traços evolutivos do desenvolvimento da visão de cores, estudou a necessidade entre os primatas de compreender as mudanças no tom de pele associadas aos diferentes estados de emoção ou de saúde. Bochechas coradas, por exemplo, correspondem a constrangimento, cansaço, doença ou raiva associados com diferentes níveis de oxigenação no sangue. A capacidade de detectar esses estados cria mais chances de sobreviver. É uma vantagem evolutiva.
Com base nesse trabalho, Changizi e colaboradores da cognição humana dos laboratórios de pesquisa do centro 2AI têm desenvolvido um conjunto de filtros para óculos que ampliam a capacidade natural dos olhos para detectar alterações em tons abaixo da pele. O mercado-alvo para os óculos, chamados O2Amp, são os profissionais médicos que poderiam usar os filtros em exames para pegar indicações não disponíveis a olho nu sobre os pacientes.
Um filtro faria veias aparecem mais claramente, fato que evitaria o erro quando uma enfermeira está buscando um ponto de inserção de uma agulha, outra seria permitir aos médicos detectar facilmente algum trauma sob a pele, e um terceiro seria aplicar um “anel do humor” de associações de cores para o sangue de um paciente. O sangue de uma pessoa anêmica, por exemplo, iria aparecer com uma tonalidade verde e abaixo de sombras.
Enquanto os óculos já estão sendo testados por médicos no Hospital Mount Sinai em Nova York, Changizi argumenta que eles têm mais do que apenas uma finalidade médica:
Óculos de sol deixam o mundo “nas sombras”, mas também acabam sombreando as conexões com outras pessoas, o que é exemplificado pela forma como as pessoas abaixam os seus óculos de sol paraolhar melhor para alguém. Nossa tecnologia deixa o mundo na sombra, mas não as atividades sociais; para os O2Amps, é mais fácil enxergar melhor as outras pessoas, sem precisar abaixar os óculos.
Além das aplicações de saúde, Changizi prevê um papel para sua nova tecnologia no poker, esportes, namoro e segurança.
Fonte: Goodis
